Jorge Fernandes desconhece novo inquérito e lamenta deselegância do IPDJ
3 de jan. de 2023, 12:43
— Lusa/AO Online
“Não tenho conhecimento de nada, até este momento não tenho conhecimento de nada", começou por dizer. O
antigo presidente da FPJ, destituído em Assembleia Geral em 18 de
dezembro, lamentou ter conhecimento de mais este inquérito, que
desconhece, através da comunicação social e disse que se sente
perseguido, referindo que existe a vontade do IPDJ em que não volte a
ser candidato à Federação.“Disse que
estava a decorrer outro inquérito e até agora não recebemos nada. É mais
uma deselegância (...) da parte deles comunicarem para fora, antes de
falarem connosco. Da parte do IPDJ, do presidente, estar a tratar
através da comunicação social, ao invés de falarem connosco. Continuo
com isto aberto [email] e até agora nada", referiu. Jorge
Fernandes criticou também o IPDJ, por aquilo que entende ser uma
perseguição: "Não querem que eu seja candidato porquê? Estão a fazer
tudo, tudo. Não há nada na lei que impeça, estou a ser perseguido neste
momento. Estou a ser perseguido, fui destituído, foi feita a vontade ao
IPDJ, não quer dizer que concorde, é o momento de pararem um bocadinho.
Porque é que me estão sempre a perguntar, da parte deles, se vou mesmo
avançar, se sou mesmo candidato?” questionou o ex-presidente.O
antigo responsável máximo da FPJ respondeu também a quem o acusa de se
manter em funções e explicou que o IPDJ recebeu a ata da AG destitutiva
que determinou isso mesmo, justificando ser normal a gestão corrente
mesmo destituído. “Mantemo-nos em funções,
foi assim aprovado, até à tomada de posse de outros órgãos, portanto,
continuamos com as mesmas competências, de gerir a Federação, o dia a
dia até à tomada de posse de outros, nada de anormal aqui. (...) A mesma
que me destituiu, decidiu e votou que todos se mantinham até à tomada
de posse de novos órgãos. O próprio IPDJ, bem como o secretário de
Estado, recebeu a ata onde isso está mencionado. Não há aqui nenhuma
irregularidade e não sei qual é a questão aqui”, respondeu.Em
declarações também à agência Lusa, o presidente do IPDJ, Vítor Pataco,
disse que a AG foi questionada sobre a situação, sem que o esclarecesse,
e que do ponto de vista do Instituto, ao assumir a gestão corrente,
Jorge Fernandes está em incumprimento.“Se o
presidente da Federação continua, como parece estar a acontecer, a
assumir a gestão corrente da Federação, está a incorrer, no nosso ponto
de vista, numa situação que não é a correta, numa irregularidade. Vamos
confirmar isso do ponto de vista formal e ver, depois, quais são as
consequências dessa atitude. Sendo uma atitude que não é regular,
naturalmente que haverá aqui consequências”, explicou então Vítor
Pataco.Já no que diz respeito às
recomendações para que se proceda a uma eleição prévia dos delegados à
Assembleia Geral eleitoral, Jorge Fernandes disse que é uma matéria que
não lhe diz respeito, mas que a AG não recebeu nenhuma recomendação, mas
apenas ofícios de resposta às Associações de Lisboa e de Castelo
Branco.“O que o IPDJ fez foi dar-nos
conhecimento, de facto, de um ofício que terá enviado à Associação de
Lisboa e à Associação de Castelo Branco, mas, de qualquer das maneiras,
isso é um problema do presidente e da Assembleia da Federação, não é
meu”, explicou.Para Jorge Fernandes é
estranha a recomendação do IPDJ quanto à eleição dos delegados, quando a
mesma fere os prazos previstos e entra em ilegalidade, podendo levar a
futura impugnação do ato eleitoral.“Não se
consegue isso antes de outubro, e aquilo que o IPDJ sugeriu é uma
ilegalidade. ‘Procurem acelerar isso’… Não podemos acelerar, há prazos
para isto. Tem de se aprovar o relatório de atividades e contas, a
Assembleia está marcada para 02 de abril, se conseguirmos, só a partir
daí podemos publicar os cadernos eleitorais e depois são 60/90 dias para
eleições (de delegados) e só depois para os órgãos sociais, o que daria
outubro”, justificando que usar os cadernos eleitorais de 2021
significava que quem fazia 18 anos em 2022 não podia votar.O
antigo dirigente, presidente em 2017, num primeiro mandato, e de 2020 a
2022, num segundo, que cessou por destituição, garantiu, uma vez mais,
ser impossível queimar prazos e que isso é que é uma ilegalidade. A
finalizar, o antigo dirigente lamentou o contexto que se vive,
lembrando que o judo atingiu o número máximo de praticantes, com 17.000
atletas, e continue sob pressão.