Autor: Ana Carvalho Melo
A multinacional canadiana Jolera, da área das tecnologias de informação, abriu ontem um centro de operações no Parque de Ciência e Tecnologia de São Miguel (Nonagon), dedicado à cibersegurança.
“Nós estamos no negócio da cibersegurança e na gestão de infraestruturas, que são áreas que andam de mãos dadas. Começámos como uma empresa de gestão de infraestruturas e na última década integramos a cibersegurança”, explicou Alex Shan, CEO da Jolera ao Açoriano Oriental.
Como revelou Alex Shan, a cibersegurança é uma das maiores preocupações da atualidade quer nas empresas, quer nos diversos departamentos governamentais.
“Os ataques informáticos estão a afetar os bancos, as companhias de seguros... Estão a afetar tudo. Há cinco anos, o seguro de cibersegurança nem sequer era uma ideia”, revelou, explicando que o papel da Jolera passa não só pela proteção das empresas de forma a evitar ataques, como pela ajuda na resolução caso estes aconteçam.
Alex
Shan realçou ainda que a maior parte dos ataques informáticos são
realizados por organizações criminosas, equivalentes ao que era a máfia
há 30 anos.
“Hoje a máfia não existe da mesma maneira, em vez disso temos grupos organizados de pessoas que têm por finalidade atacar ciberneticamente”, disse, recordando que, com o crescimento do teletrabalho, as empresas podem ser atacadas a partir da casa dos trabalhadores.
“Os hackers já não têm de atacar o escritório. Hoje, com o crescimento do teletrabalho, devido à Covid-19, o ponto de entrada mais fraco passou a ser os computadores domésticos. E a partir daí é que os piratas informáticos atingem as empresas”, explicou.
A empresa que realizou ontem uma apresentação pública possui atualmente 20 colaboradores na Região, mas o objetivo é aumentar o número.
“Até ao
verão do próximo ano, devemos ter cerca de 70 pessoas e o objetivo é que
até ao final do ano ultrapasse as 100”, revelou.
Na Região, a Jolera tem também vindo a também a contactar instituições de ensino, tendo na segunda-feira assinado um protocolo com a Universidade dos Açores.
“Trazemos toda a tecnologia e conhecimento para os Açores, com o objetivo de trabalhar com as escolas e a universidade para criar programas específicos de cibersegurança e criar empregos de valor na Região”, afirmou.
Sobre a escolha de São Miguel para a instalação do centro de operações, a empresa explica que decorre de um exercício de procura por novas geografias, em que “os Açores representam uma aposta interessante em função das condições existentes no Parque de Ciência e Tecnologia de São Miguel” e pelo “enquadramento regulatório existente ao nível das medidas de apoio, em particular as orientadas para a contratação”.
Em Portugal, a empresas já está instalada no Porto, onde possui a sua sede na Europa.