Joe Biden defende que “Segunda Emenda não é absoluta” e pede limitações sobre armas
26 de mai. de 2022, 12:28
— Lusa/AO Online
O “direito de
posse e porte de armas” é conhecido como “Second Amendment” (Segunda
Emenda) da carta de direitos da Constituição dos EUA, desde 1791,
interpretado como um direito constitucional e individual.Quando a emenda foi aprovada, “não era possível possuir um canhão”, não se podia “ter certos tipos de armas”, referiu. “Sempre houve limitações”, defendeu o chefe de Estado norte-americano.Biden
discursava esta quarta-feira na Casa Branca antes de assinar uma ordem
executiva sobre policiamento, no segundo aniversário da morte de George
Floyd.A ordem reflete uma abordagem menos
extensa do que Joe Biden pretendia inicialmente, porque o Congresso não
conseguiu chegar a acordo sobre legislação que teria aumentado a
supervisão da aplicação da lei. É o resultado de meses de negociações
entre elementos da Casa Branca, grupos de direitos civis e organizações
policiais.O democrata divulgou ainda que
irá visitar o Estado do Texas, juntamente com a primeira-dama, Jill
Biden, nos próximos dias, procurando “trazer um pouco de conforto à
comunidade”.“Como nação, acho que todos
devemos estar lá para eles. E devemos perguntar, quando é que, em nome
de Deus, faremos o que é necessário ser feito”, sublinhou.Biden,
que não adiantou uma data concreta para esta visita, voltou a defender a
necessidade de serem aprovadas leis para o controlo de armas, que
embora não sirvam para prevenir qualquer tragédia, podem ter um grande
impacto sobre os níveis de violência com armas no país."A
ideia de que um jovem de 18 anos pode entrar numa loja e comprar armas
de guerra projetadas para matar é errada", lamentou o Presidente.O democrata voltou a fazer um apelo para que se enfrente o "lobby" das armas."É
hora de agir", salientou, pedindo ao Senado que confirme a indicação do
candidato proposto pela Casa Branca para liderar a agência
governamental responsável por supervisionar o cumprimento das leis de
armas.O Departamento de Álcool, Tabaco,
Armas de Fogo e Explosivos (ATF) está sem um diretor permanente há sete
anos, por falta de acordo.Pelo menos 21
pessoas, incluindo 19 crianças e dois adultos, morreram neste massacre,
que aconteceu na terça-feira numa escola primária na cidade na cidade de
Uvalde, no estado norte-americano do Texas.O
autor, residente em Uvalde, entrou no estabelecimento de ensino com um
revólver e possivelmente uma espingarda e abriu fogo, de acordo com o
governador do Texas, Greg Abbott.Greg
Abbott divulgou esta quarta-feira que, para além dos 21 mortos, há 17
feridos, três destes polícias, embora nenhum esteja em perigo de vida.O
governador do Texas acrescentou que ainda não é conhecido o motivo pelo
qual Salvador Ramos entrou na escola a abriu fogo contra alunos e
professores.O jovem de 18 anos, que não
tinha antecedentes criminais nem histórico de problemas mentais,
utilizou uma arma semiautomática AR15, disse ainda. As
reações sucedem-se perante o massacre com mais vítimas mortais nos
Estados Unidos este ano e ocorreu dez dias depois de dez pessoas terem
sido mortalmente baleadas num supermercado em Buffalo, no Estado de Nova
Iorque, num ataque com motivações racistas.Além
disso, é o segundo massacre mais mortífero da última década num
estabelecimento de ensino, depois do perpetrado em 2012 na escola de
Sandy Hook, em Newton, no Estado do Connecticut, em que morreram 26
pessoas, a maioria das quais crianças.