“Acredito
que é do interesse do meu partido e do país que me afaste e me
concentre apenas em servir como Presidente durante o resto do meu
mandato”, disse o político democrata em comunicado de imprensa.O
líder da Casa Branca de 81 anos, cuja condição de saúde tem vindo a ser
questionada, indicou que vai explicar posteriormente a sua decisão num
discurso à nação.O líder dos Estados
Unidos disse ter tido “a maior honra” da sua vida nas funções que ocupou
durante quase quatro anos e que era sua intenção recandidatar-se.No
entanto, Biden cedeu às pressões no seu próprio partido após o seu mau
desempenho no primeiro debate televisivo, em junho passado, da corrida à
Casa Branca contra o antigo Presidente (2017-2021) e candidato
republicano, Donald Trump.Ao longo do
debate, Biden pareceu várias vezes ausente e somou erros e hesitações no
discurso, levando ao aumento de dúvidas sobre a sua aptidão para um
segundo mandato e a que o seu adversário voltasse a descolar nas
sondagens. Dezenas de legisladores e
senadores pediram-lhe nos últimos dias que passasse o testemunho às
novas gerações do partido devido à sua idade avançada e às dúvidas de
que conseguiria enfrentar a campanha.O
Presidente dos Estados Unidos, que está isolado na sua casa em Delaware a
recuperar de covid-19, pediu para se esperar pelos próximos dias para
mais detalhes sobre a sua decisão.“Por
agora, permitam-me expressar a minha mais profunda gratidão a todos
aqueles que trabalharam tanto para me ver reeleito”, observou,
estendendo os agradecimentos “ao povo americano pela fé e confiança” que
nele depositou e assinalando os “grandes progressos como nação”
alcançados no seu mandato."Sei que nada
disto poderia ter sido feito sem vocês, povo americano. Juntos,
superámos uma pandemia que ocorre uma vez num século e a pior crise
económica desde a Grande Depressão. Protegemos e preservámos a nossa
democracia. E revitalizámos e fortalecemos as nossas alianças em todo o
mundo", observou. Pouco depois de ter
anunciado a sua desistência, o Presidente norte-americano, declarou
"apoio total e recomendação" à sua vice-Presidente, Kamala Harris, como
candidata presidencial do Partido Democrata às eleições presidenciais, “A
minha primeira decisão como candidato do partido em 2020 foi escolher
Kamala Harris como minha vice-Presidente. E tem sido a melhor decisão
que tomei. Hoje quero dar o meu total apoio e recomendação a Kamala para
ser a candidata do nosso partido este ano”, lê-se numa mensagem de
Biden publicada nas redes sociais. “Democratas - é altura de nos unirmos e derrotarmos Trump. Vamos a isto”, instou.Trump
mantém uma vantagem de três pontos percentuais sobre o Presidente
norte-americano, o democrata Joe Biden, a pouco mais de três meses das
eleições presidenciais, segundo as últimas sondagens.Uma
compilação de sondagens publicada pela RealClearPolitics dá ao
ex-Presidente republicano e magnata nova-iorquino 47,7% contra 44,7% do
seu potencial adversário democrata, com base na média de uma dezena de
sondagens concluídas entre 02 e 18 de julho, resultado que está em linha
com a distância adquirida por Trump após o debate televisivo entre
ambos no final do mês passado.Sondagens
como a da CBS News atribuem a Trump uma vantagem de cinco pontos (52%
contra 47%), enquanto apenas a sondagem pública da rádio e televisão dos
Estados Unidos, NPR/PBS, dá a Biden uma vantagem de dois pontos (48%
contra 50%).Outra sondagem, da ABC News e do Washington Post, deixa ambos empatados tecnicamente com 46%.O
portal recorda que, neste mesmo dia há quatro anos, as sondagens davam a
Biden, então candidato democrata à Casa Branca, 8,7 pontos percentuais à
frente de Trump, que ocupava a Sala Oval nessa altura.