João Sousa desdramatiza saída do ‘top 100’ e tenta “voltar aos bons resultados”
15 de mar. de 2021, 12:08
— Lusa/AO Online
“O risco de
sair do ‘top-100’ não me diz nada. Se estive no ‘top-100’ é porque
merecia estar e se não estou, neste momento, é porque não mereço estar. O
‘ranking’ é simplesmente o espelho daquilo que conseguimos fazer
durante 52 semanas. Portanto, como não tenho vindo a fazer bons
resultados, obviamente que o meu ‘ranking’ não condiz com aquilo que
quero”, disse o vimaranense em declarações à Lusa, ainda antes da
atualização desta segunda-feira da hierarquia ATP.O
minhoto, de 31 anos, entrou no ‘top 100’ mundial, pela primeira vez, a
15 de outubro de 2012, quando deixou a então 102.ª posição para figurar
no 99.º lugar. No final desse mesmo ano saiu dos 100 primeiros, mas
voltou a reentrar entre janeiro e abril de 2013, regressando em
definitivo em julho ao ‘top 100’. Desde então, tem permanecido
constantemente entre a elite mundial.Durante
os últimos oito anos, João Sousa venceu três títulos ATP. O primeiro em
Kuala Lumpur, em 23 de setembro de 2013, o segundo em Valência, em 01
de novembro de 2015, e o terceiro no Estoril Open, em 06 de maio de
2018, alcançando a melhor classificação de sempre de um jogador
português no ‘ranking’ ATP, o 28.º lugar, a 16 de maio de 2016.Em
setembro de 2019 saiu, contudo, do ‘top 50’, deixando o 44.º posto para
ocupar o 64.º, e pouco depois encerrou precocemente a temporada, duas
semanas após a última vitória em quadros principais do ATP Tour, frente
ao sérvio Filip Krajinovic, no Masters 1.000 de Xangai, com uma fratura
de esforço no pé esquerdo.Desde então que
tem vindo a registar uma tendência descendente, agravada pela pandemia
da covid-19, que provocou a paragem do circuito durante cerca de seis
meses em 2020, e uma tendinite no antebraço direito, contraída em
outubro no ATP 250 de Antuérpia, numa época em que não conseguiu
qualquer triunfo em quadros principais do ATP Tour.“As
lesões não foram a causa desta fase menos boa. Já tive outras fases
más, não tive lesões e consegui dar a volta, portanto não é por aí. Não
está a ser a melhor fase da minha carreira, mas é mais uma fase. Já tive
outras difíceis e obviamente que, quando se perde, nem sempre se
consegue manter a motivação ao mais alto nível, porque cada derrota é
triste e, depois do bom trabalho, é sempre difícil aceitar as derrotas”,
defendeu.Além de assegurar não estar a
viver “os momentos mais difíceis da carreira”, porque já teve outros,
Sousa garante continuar “a ser o mesmo, a tentar fazer bons resultados e
a trabalhar ao máximo para esta fase menos boa passar.”“É
um momento difícil, sem dúvida, mas, com o apoio da minha equipa e das
pessoas que me rodeiam e gostam de mim, vou tentar voltar aos bons
resultados e ao bom nível de ténis”, acrescentou o vimaranense, que
falhou, este ano, pela primeira vez na carreira, a presença no quadro
principal de um torneio do Grand Slam, desde o Open dos Estados Unidos,
em 2013, ano em que atingiu a terceira ronda em Flushing Meadows.João
Sousa acusou positivo num teste ao novo coronavírus na véspera de
viajar para Melbourne e ficou, assim, impossibilitado de jogar o Open da
Austrália, em Melbourne Park, onde havia discutido a terceira ronda em
2015, 2016 e 2019. Foi no Open dos Estados Unidos, em 2018, e em
Wimbledon, em julho de 2019, contudo, que alcançou o melhor resultado no
Grand Slam, ao marcar presença nos oitavos de final.Esta
semana, depois de ter perdido na estreia do Challenger de Antalya, do
ATP 250 de Córdoba, do ATP 250 de Buenos Aires e do ATP 250 de Santiago
do Chile, o minhoto conseguiu quebrar a malapata e alcançar a primeira
vitória da temporada na ronda inaugural do ‘qualifying’ do ATP 500 de
Acapulco.Apesar do italiano Andreas Seppi
ter conquistado domingo o título do Challenger de Biella e empurrado o
tenista português para o 102.º lugar do ‘ranking’ de singulares, João
Sousa, que há uma semana jogou a meia-final de duplas em Buenos Aires,
mantém-se no ‘top 100’ da hierarquia mundial de pares, na 73.ª posição
de uma tabela na qual foi 26.º classificado, em maio de 2019.