João Rendeiro entra com queda aparatosa na sala de audiências
BPP
13 de dez. de 2021, 12:12
— Lusa/AO Online
Um
dos membros da sua equipa de defesa pegou-lhe por um braço e levantou-o
do chão para uma audiência que começou às 11h40 (09h40 em Lisboa) e
durou cerca de 15 minutos.Os dois trocaram
algumas palavras, breves, e quando todos se levantaram ao ser anunciada
a entrada do juiz, o ex-banqueiro ainda verificava no braço se tinha
mazelas da queda.Rendeiro entrou de camisa
polo cor-de-rosa de manga curta e com uma pequena mochila que manteve
sempre ao seu lado no banco dos réus.Em
inglês, João Rendeiro disse, ao ser questionado pelo juiz, que entendia
as acusações que o procurador expunha e mais não referiu, nem no banco
dos réus, nem à saída, quando questionado por um jornalista: "está
arrependido?".Sempre com máscara facial,
como todos ali presentes por causa da Covid-19, Rendeiro saiu da sala à
qual voltará na terça-feira, regressando à esquadra de North Durban, a
18 quilómetros do tribunal, e onde partilha uma cela com outras duas
pessoas, disse hoje à Lusa uma fonte próxima do ex-banqueiro.As
declarações do procurador, juiz e defesa dificilmente se conseguiam
ouvir nos bancos reservados para o público, onde se iam acumulando
jornalistas portugueses - aos quais o juiz chegou a pedir calma "por
estarem a perturbar" a audiência.O alarme social em Portugal estava ali refletido e a ele fez referência o Ministério Público para defender a prisão de Rendeiro.A defesa tem outros planos e apresentou um requerimento para pedir a libertação do ex-banqueiro sob fiança.O
juiz respondeu com o adiamento da sessão até terça-feira às 11h00, na
mesma sala B, para cada parte se preparar e expor os argumentos.João Rendeiro saiu conduzindo por dois guardas do tribunal poucos minutos antes de o juiz dar a audiência por encerrada.À
saída, a defesa de Rendeiro escusou-se a prestar declarações, mas a
porta-voz do Ministério Público sul-africano disse claramente que se vão
opor ao pedido da defesa, devido ao historial do ex-banqueiro."O
procurador opõe-se, obviamente, por causa da condenação em Portugal",
referiu Natasha Ramkisson, porta-voz da National Prosecuting Authority
(NPA), o Ministério Público sul-africano.Este
pedido de fiança é um processo em si, que se inicia amanhã e sobre o
qual o juiz vai ouvir argumentos para depois decidir, o que a porta-voz
espera que aconteça ainda esta semana.A
extradição será outro assunto, a seguir, esclareceu, mas isso não impede
que vá sendo processado entre os dois países, concluiu.