João Henriques diz que “teste seguinte” na carreira passa por clube com ambições europeias
29 de jul. de 2020, 09:58
— Lusa/AO Online
"O teste seguinte é
olhar para equipas que lutem por Liga Europa, que andam naqueles
primeiros sete, oito lugares, a lutar por aquelas vagas de Liga Europa.
Eu sinto que é o passo seguinte e é o passo que eu desejava dar na minha
carreira em Portugal", afirmou João Henriques à agência Lusa. O
treinador de 47 anos deixou o Santa Clara no final da edição 2019/2020
da I Liga de futebol, depois de alcançar o nono lugar, com 43 pontos,
naquela que foi a melhor pontuação e classificação de sempre do conjunto
açoriano na primeira divisão. Nos últimos
dias, o nome do técnico esteve associado idas para o Vitória de
Guimarães, Rio Ave ou Marítimo, tendo João Henriques referido que se
sente "extremamente honrando" pela ligação a esses "clubes históricos". "É
bom estar sempre ligado e ser um nome lembrado para determinados
projetos e eu obviamente nunca digo não a nenhum deles", salientou.João
Henriques destacou que ao longo da sua carreira subiu "degrau a degrau"
os "diversos níveis competitivos", para justificar que está "cada vez
mais preparado" para treinar um dos três grandes de Portugal no futuro."Sinto
que estou cada vez mais preparado [para trabalhar num clube grande],
por tudo aquilo que já passei como treinador, as experiências que fui
adquirindo. Obviamente, é um passo que tenho a certeza de que um dia
terei esta oportunidade", apontou. No
balanço das duas épocas ao serviço dos açorianos, o treinador considerou
como melhor momento o feito de assegurar a manutenção e conseguir,
assim, que o clube permanecesse três épocas consecutivas na I Liga pela
primeira vez na história, apesar de ser considerado o "principal
candidato à descida" de divisão. Quanto ao
aspeto menos positivo, João Henriques escolheu a "falta de estruturas"
do clube que "não são compatíveis com o alto rendimento"."Olhamos
para o grupo e, apesar de batermos recordes, também sentimos por outro
lado que com melhores condições estruturais podíamos estar com mais
alguns pontos e lutar por outras coisas que ainda eram menos
expectáveis", afirmou. Quanto à saída do
clube açoriano, João Henriques considerou que a não renovação do
contrato foi um entendimento de "ambas as partes". "Estou
sempre com muita ambição para querer mais e melhor e o Santa Clara as
questões que me pôs foi que vão lutar pelos mesmos objetivos, o
orçamento será o mesmo e as dificuldades em termos de infraestruturas
não vão alterar absolutamente nada", realçou. Analisando
o estado do futebol português, o técnico natural de Tomar considera que
esta época se verificou um "aproximar" das equipas mais pequenas com os
três grandes, porque as mais pequenas "estão cada vez mais preparadas",
enquanto as grandes têm "perdido capacidade para os grandes da Europa".
João Henriques também considerou que "não pode haver tanta troca de treinadores" no futebol nacional. "Na
altura da escolha dos treinadores não se olha ao perfil, ao contexto do
clube, não se olha aquilo que se pretende com um projeto, mas sim a
situações avulsas, olhando só para o resultado. Quem tem bom resultado é
bom, quem tem mau resultado é mau", apontou. Além
de Santa Clara, João Henriques também orientou Paços de Ferreira,
Leixões, Fátima, Torres Novas, União de Almeirim, Riachense, tendo
ainda, pelo meio, passagens nos escalões de formação do Al-Ahli Jeddah
(da Arábia Saudita) e como treinador adjunto do Al-Wahda (dos Emirados
Árabes Unidos).