João Ferreira diz que orçamento da sua campanha é “sinal de valorização” das eleições
Presidenciais
28 de dez. de 2020, 18:33
— Lusa/AO Online
“É um sinal da valorização que fazemos deste
ato eleitoral e da necessidade de ele não passar ao lado dos
portugueses”, disse à agência Lusa João Ferreira, em Beja, quando
questionado sobre o valor global do orçamento de campanha.O
candidato à Presidência da República apoiado pelo PCP falava à Lusa
após uma reunião com a administração da Empresa de Desenvolvimento e
Infraestruturas do Alqueva (EDIA), no âmbito da pré-campanha para as
presidenciais agendadas para 24 de janeiro de 2021.Segundo
João Ferreira, os 450 mil euros previstos para a sua campanha são o
“valor máximo fixado” e correspondem a contas “bem feitas”.O
montante fica “próximo da metade” do valor estimado pela candidatura
presidencial apoiada pelo PCP em 2015, protagonizada pelo dirigente
madeirense Edgar Silva, acrescentou.Além do mais, disse, esta é “uma estimativa que não deve ser ultrapassada” no final da campanha.“Como
sempre acontece, os gastos são controlados e mesmo este valor que agora
é fixado não quer dizer que necessariamente seja atingido”, frisou.Para
João Ferreira, o orçamento “traduz as características” da sua
candidatura, “que não encara os cidadãos como uns meros espetadores da
campanha eleitoral”. “Queremos que [os
cidadãos] sejam parte ativa numa campanha que queremos que seja feita de
esclarecimento, de informação, de mobilização e que tem de percorrer o
país”, assegurou.João Ferreira vincou
igualmente entender “que estas eleições não podem passar ao lado dos
portugueses”, o que exige levar “a campanha eleitoral e o esforço de
informação, esclarecimento e mobilização que necessariamente lhe está
associada a todo o país”.O candidato
presidencial comunista dedicou o dia de hoje “às questões da água e do
ambiente” no distrito de Beja, onde se verificaram, nos últimos anos,
“transformações muito significativas” no que tem sido “o uso da terra” e
no “tipo de paisagem”, devido ao empreendimento do Alqueva.“Há,
de facto, transformações muito profundas e uma evolução da realidade
que suscita algumas preocupações, tendo em conta até os desígnios que a
Constituição da República fixa para o que deve ser a política agrícola”,
disse João Ferreira.Na opinião do
candidato, é necessário que o Alqueva dê um “contributo mais efetivo”
para o desenvolvimento da região e que, “desse aumento da produção,
resultem benefícios” para os agricultores, “gerindo bem recursos
naturais como a água e o solo”.João
Ferreira criticou ainda “o caminho” que se tem seguido na zona do
Alqueva, onde se regista “um fenómeno de concentração da propriedade e
uso da terra”. “Isso vai de alguma forma contra aquele caminho que a Constituição aponta”, concluiu.Além
da reunião na EDIA, João Ferreira deslocou-se ao concelho de Serpa,
para reuniões com representantes do movimento “Chão Nosso” e com
agricultores.