João Almeida longe da melhor forma e sem expectativas mas quer “dar tudo”
Vuelta
17 de ago. de 2022, 16:37
— Lusa/AO Online
“Estou cá [para lutar] pela geral.
Não me tenho sentido com superpernas, mas vou tentar tudo, vou dar o
máximo. Não tenho expectativas ou um grande objetivo, como fazer pódio,
mas vou dar tudo o que tenho. É a mentalidade que trago”, garantiu, em
conferência de imprensa.O português
admitiu que a preparação “não tem sido ideal”, desde a última Volta a
Itália, que abandonou à 18.ª etapa quando seguia nos primeiros lugares
da geral, devido a um teste positivo à covid-19.Ainda
assim, o regresso à competição tem dado frutos: foi terceiro no
contrarrelógio dos Nacionais de estrada, em junho, e venceu a prova de
fundo, e a um abandono da Clássica San Sebastián, em julho, seguiu-se
uma boa prestação na Volta a Burgos, já este mês.A
vitória na última etapa, com uma ascensão muito ‘gabada’ pela imprensa
internacional até Lagunas de Neila, valeu-lhe a terceira vitória na
temporada e o segundo lugar na geral final.Não
estar sempre com a melhor forma “faz parte do ciclismo”, atira, e na
estreia na Vuelta quer testar as possibilidades, numa equipa que conta
com o norte-americano Brandon McNulty e os espanhóis Marc Soler e Juan
Ayuso.Questionado sobre o apoio que dariam
a Almeida se este estivesse melhor, Ayuso garantiu que na UAE Emirates
se trabalha “como uma equipa”. “Vamos apoiá-lo, estou a estrear-me numa
grande Volta e tenho de aprender”, atirou o jovem de 19 anos.Reiterando
que não é “favorito”, João Almeida reforça, várias vezes, que ainda
assim vai dar “o melhor” que tiver, e, quanto à covid-19, esta “está no
passado”, não estando relacionada com o facto de não se sentir tão bem
agora como em outros momentos.“Não tenho
sintomas, mas estive parado uns bons tempos, por isso a forma não
recupera assim tão rápido. Não acho que seja a covid-19, estou
recuperado fisicamente e mentalmente”, explicou.Espera
ver “portugueses na estrada” do outro lado da fronteira ibérica, algo
que “dá mais motivação para enfrentar desafios”, e quanto a adversários
analisou um em particular, o antigo companheiro de equipa Remco
Evenepoel (QuickStep-Alpha Vinyl).“É um
dos ciclistas mais fortes do pelotão, temos sempre de contar com ele.
Esta é uma ‘grande Volta’, um tipo de corrida diferente. Não é fácil ser
um voltista. Se acho que pode ser? Sim, acredito”, atirou.O
ciclista das Caldas da Rainha, de 24 anos, foi quarto na Volta a Itália
de 2020, que liderou durante 15 dias, e depois sexto em 2021.Em
Espanha, terá ao seu lado Ivo Oliveira na equipa, mas não Rui Costa, um
experiente nome da UAE Emirates que se vai mudar em 2023 para a
Intermarché-Wanty-Gobert Matériaux.“Gostava
de ter o Rui ao meu lado, claro, porque é um senhor. Tenho vindo a
aprender muito com ele, com a sua experiência”, comentou.A 77.ª edição da Volta a Espanha arranca sexta-feira nos Países Baixos e termina em 11 de setembro em Madrid.