Jerónimo quer "Passos, Portas e todo o Governo" a sair atrás de Gaspar

1 de jul. de 2013, 17:22 — Lusa/AO Online

"O Governo Pode tentar agora diabolizar a figura do ex-ministro das Finanças, mas o problema é que isto não se resolve com demissões aos pedacinhos. Ninguém acredita que Gaspar tivesse a responsabilidade exclusiva da política económica e financeira", disse, após o balanço de dois dias de reunião do comité central. Para Jerónimo de Sousa, "existe o primeiro-ministro, o ministro de Estado, que têm responsabilidades particulares". "Aquilo que dizemos é que, com Vítor Gaspar, que saia também o resto do Governo, particularmente os seus principais responsáveis", continuou, sublinhando a "redução drástica da base de apoio" do executivo da maioria PSD/CDS-PP. O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, vai passar a número dois do Governo, com a exoneração de Vítor Gaspar. Maria Luís Albuquerque, substituta de Vítor Gaspar nas Finanças, vai ser também ministra de Estado, mas caber-lhe-á o terceiro lugar na hierarquia formal do Governo. "Este Governo até pode ir buscar novamente o senhor Relvas, mas não se resolve o problema à peça, substituindo este ou aquele ministro. O problema de fundo está na política e no pacto de agressão que está a infernizar a vida dos portugueses", sublinhou o líder comunista sobre a remodelação. O PCP reiterou a necessidade de o Governo ser demitido e consequente marcação de eleições legislativas antecipadas para "a derrota da política de direita" e a adoção de um projeto "patriótico e de esquerda". "Tivemos a confirmação de que o Presidente da República, apesar de assistir a um governo derrotado, sem futuro, faz mais um esforço, dando posse a um novo membro do Governo. Um Presidente que rapidamente e em força promulgou em 24 horas uma legislação que visa contrariar uma decisão do Tribunal Constitucional. Não se sabe onde acaba o Presidente e começa um ministro deste Governo", criticou, referindo-se à promulgação do diploma que adia o pagamento do subsídio de férias para novembro. Jerónimo de Sousa condenou igualmente o PS e a sua "proximidade com os grandes grupos económicos", afirmando que os socialistas, caso venham a formar Governo, vão prosseguir a "política de direita".