Jerónimo (PCP) apela à "presença e voz" dos jovens na luta contra austeridade que faz "sangrar" o país
O secretário-geral do PCP afirmou hoje que as novas gerações estão confrontadas com o dever de lutar por um país “que sangra” com medidas de austeridade, desafiando-as a darem “presença e voz” à manifestação convocada para Outubro.

Autor: Lusa/Aonline

Na intervenção de abertura da 35ª edição da Festa do Avante!, o líder comunista Jerónimo de Sousa salientou que “os direitos sociais no capitalismo nunca são perenes”, nem “dádivas e muito menos legados doutras gerações”, mas “ganham-se e perdem-se” e “conquistam-se e defendem-se pela luta dos próprios em cada época”.

“Às novas gerações está colocada a questão de saber se aceitam uma política que lhes nega o futuro ou se se assumem com força transformadora, lado a lado com outras gerações, como obreiros das suas vidas e da sua felicidade”, afirmou, em tom de desafio, o secretário-geral do PCP.

No mesmo contexto, e dirigindo-se “especialmente àqueles que nasceram pouco tempo antes ou depois de Abril”, Jerónimo sublinhou que “a luta não é delegável”, criticando duramente as medidas mais recentes apresentadas pelo Governo de coligação.

“Os exemplos do chamado programa de emergência social ou do passe social + põem de forma mais crua a ideologia do Governo em que se procura substituir o Estado com obrigações sociais pelo Estado assistencialista”, afirmou, numa intervenção que foi antecedida pelos foguetes de abertura da festa da quinta da Atalaia.

“Primeiro criam a pobreza e aumentam o número de pobres, depois a partir do estado de pobreza avançam com medidas parcelares, recuperação do conceito da ‘sopa do Sidónio’, do medicamento fora de prazo que sendo para pobre não interessa a consequência, mesmo nas cantinas de refeição para pobres dispensa-se a fiscalização da ASAE”, continuou.

À “imensa maioria de milhões de portugueses que estão a ver o seu país a sangrar em vida, atingidos e sufocados por mais cortes, mais sacrifícios, menos direitos no trabalho, menos salário, menos reforma, menos saúde, menos educação”, o comunista apelou à participação na manifestação convocada pela CGTP para 01 de outubro.

“A presença e voz das novas gerações será força de exemplo e garantia de que a luta continua”, assinalou, referindo que o PCP tem “grandes responsabilidades” a assumir e precisa de estar “mais influente e preparado para todos os combates que aí estão e se avizinham”.

O líder do PCP reiterou que os comunistas rejeitam “o programa de agressão imposto pela ‘troika’” e que este precisa de ser “derrotado”.