Jerónimo de Sousa considera que foi “um ano perdido para o investimento público”
30 de nov. de 2019, 12:09
— AO Online/ Lusa
“O ano de 2019 acabará, ao contrário do que foi garantido, como mais um ano perdido para o investimento público. Não cumprirá sequer com a exígua meta do que foi orçamentado, porque se quis garantir as ‘contas certas’ com a União Europeia, em detrimento da solução dos problemas do país”, afirmou Jerónimo de Sousa.O secretário-geral do PCP sublinhou que “o que vem acontecendo é que o PS em cada ano da sua governação, tem optado por ganhar um ano em relação às metas do défice e o país perde um ano em relação à solução dos problemas”.O líder comunista apontou que “se arrasta a resposta às carências nas unidades de saúde, à falta de trabalhadores nas escolas” e, “se adia, por exemplo, o necessário investimento na recuperação, reflorestação e valorização da Mata Nacional de Leiria e inclusive se consome e não garante a receita de mais de 13 milhões de euros da venda da madeira ardida que devia ali ser aplicada, e a resposta a muitos outros problemas”.Jerónimo de Sousa esclareceu ainda que o PCP “não será agora, como não foi na legislatura que findou, parte de uma alegada ‘maioria’, mas sim força de oposição a tudo o que contrarie ou faça retroceder os interesses e direitos dos trabalhadores e do povo, e força indispensável para com a sua iniciativa se avançar na conquista de novos direitos”.“É assegurando a sua independência que o PCP decidirá e agirá, combatendo ilusões sobre a natureza das opções da atual política, bem como o conjunto de limitações e constrangimentos que limitam e impedem a resposta plena aos problemas do país”, acrescentou.O líder comunista criticou as opções que o “governo minoritário do PS” tem demonstrado, “mantendo privilégios e condições de domínio dos grandes grupos económicos”.Jerónimo de Sousa considerou que o programa socialista “dá prioridade ao défice e à dívida em prejuízo da capacitação da Administração Pública e dos seus serviços” e não apresenta “medidas ajustadas ao combate às desigualdades, mas sim a manutenção de um quadro degradado de direitos laborais”.O líder do PCP afirmou ainda que o governo “insinua que é preciso fazer cortes, porque não há dinheiro para tudo”, mas “há sempre dinheiro para dar cobertura aos desmandos da banca”.“Está aí mais uma fatura de 1.150 milhões de euros para o Novo Banco. Com este novo rombo são, agora, mais de 7.000 milhões de euros, os custos para o país com a resolução do BES e a venda do Novo Banco”, estimou.Jerónimo de Sousa avançou ainda que o PCP “estragou a festa” ao PS: “Há quatro anos pensavam que iam ter mais quatro anos para dar cabo do resto”.“Diziam que estávamos a morrer e que aqui d'el rei que este partido comunista estragou-nos a festa”, notou.