Itália, Irlanda, Países Baixos e Austrália condenam ataques à democracia
Brasil
9 de jan. de 2023, 11:54
— Lusa/AO Online
A
primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, descreveu a invasão da
principal sede institucional do Brasil por milhares de pessoas como
“inaceitável e incompatível com qualquer forma de discórdia
democrática”.“O que está a acontecer no
Brasil não pode deixar-nos indiferentes. As imagens da invasão de
poderes institucionais são inaceitáveis e incompatíveis com qualquer
forma de discórdia democrática”, disse a líder de extrema-direita
italiana.Em mensagens publicadas na rede
social Twitter, Meloni insistiu ser “urgente o retorno à normalidade” e
garantiu a sua “solidariedade para com as instituições brasileiras”.Também
o vice-primeiro-ministro irlandês, Micheál Martin, condenou o “ataque
violento contra a democracia” no Brasil, admitindo estar “profundamente
preocupado” e sublinhando o apoio da República da Irlanda ao Presidente
brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.“A
Irlanda condena este violento ataque contra as instituições democráticas
e apoia plenamente a democracia brasileira”, escreveu no Twitter o
“número dois” do Governo de Dublin, que também detém a pasta dos
Negócios Estrangeiros.Na mesma linha, o
primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, considerou “inaceitável” o
assalto ao Congresso, ao Supremo Tribunal Federal e ao Palácio do
Planalto do Brasil e manifestou o seu apoio ao Presidente brasileiro,
lembrando que foi “democraticamente eleito” pelos brasileiros.“Assisti
com horror às imagens da tomada de edifícios do Governo em Brasília. É
uma violência inaceitável contra instituições que, juntas, formam o
coração do Estado democrático de direito”, escreveu, igualmente numa
publicação no Twitter.O ex-presidente do
Governo espanhol, José Maria Aznár, também manifestou apoio ao
Presidente brasileiro e condenou "qualquer intenção de subverter a ordem
constitucional" numa mensagem divulgada nas redes sociais.Por
sua vez, o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, considerou
que “a transferência pacífica do poder e o respeito pela vontade do povo
são fundamentais numa democracia” e acrescentou que o seu país espera
trabalhar com o Presidente brasileiro.Milhares
de apoiantes do ex-Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, invadiram, no
domingo, a sede do Congresso Nacional e sucessivamente o Palácio do
Planalto, sede do Governo, e o edifício do Supremo Tribunal Federal, na
capital brasileira.Os radicais, que não
reconhecem o resultado das eleições presidenciais de 30 de outubro, nas
quais Lula derrotou Bolsonaro por poucos votos, pediram uma intervenção
militar para derrubar o Presidente brasileiro.A
Polícia Militar conseguiu recuperar as três instituições e desocupar
totalmente a Praça dos Três Poderes, numa operação que resultou em pelo
menos 200 detenções.A invasão, condenada
de imediato pela comunidade internacional, começou depois de militantes
da extrema-direita brasileira - apoiantes do anterior Presidente - terem
convocado um protesto para a Esplanada dos Ministérios, em Brasília.