Autor: Lusa/AO Online
“Retirar de Gaza e depois simplesmente permitir que o Hamas se reagrupe, se reconstrua e nos ataque novamente, como eles dizem que querem fazer, simplesmente não é uma opção”, afirmou o porta-voz do Governo, David Mencer.
O porta-voz disse numa conferência de imprensa que o ataque do Hamas a Israel em 07 de outubro de 2023 marcou um ponto de viragem na política de segurança do país.
"Não permitiremos que uma organização terrorista ‘jihadista’ que, em todas as oportunidades, manifesta a intenção de nos destruir e trabalha ativamente para o fazer, se instale a poucos metros das nossas casas”, acrescentou, citado pela agência noticiosa espanhola EFE.
As declarações de Mencer surgem depois de Trump ter anunciado na terça-feira que Israel tinha aceitado uma proposta de cessar-fogo de 60 dias em Gaza e manifestado a esperança de que o Hamas também concordasse com o acordo.
A proposta de tréguas surge dias antes de Trump receber na Casa Branca (presidência) o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, na próxima semana, numa visita em que deverão debater o conflito em Gaza.
Uma trégua de 60 dias é o princípio básico da proposta apresentada há meses pelo enviado da Casa Branca para o Médio Oriente, Steve Witkoff.
Israel apoiou a proposta desde o início, mas o Hamas rejeitou-a em ocasiões anteriores por não prever uma retirada israelita do território ou o fim da ofensiva.
O Hamas afirmou na quarta-feira que defende um acordo de tréguas que inclua o fim da ofensiva israelita contra o enclave, a retirada das tropas de Israel e o fornecimento de ajuda aos habitantes de Gaza.
A atual guerra em Gaza, um território com mais de dois milhões de habitantes, começou em outubro de 2023, após o ataque do Hamas em Israel que causou cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.
A ofensiva militar israelita após o ataque provocou mais de 57.000 mortos em Gaza, a destruição de grande parte das infraestruturas do território e uma crise na assistência da população, que se viu privada de ajuda alimentar e médica.
Das 251 pessoas raptadas em Israel em outubro de 2023, 49 continuavam detidas em Gaza, mas 27 delas foram declaradas mortas pelo exército israelita.
O
grupo radical Hamas, que governa Gaza desde 2007, é considerado uma
organização terrorista por Israel, pelos Estados Unidos e pela União
Europeia.