Israel condiciona segunda fase da trégua e Hamas anuncia entrega de refém
Médio Oriente
Hoje 11:57
— Lusa/AO Online
Fonte
da segurança egípcia próxima das conversações, em declarações feitas no
Cairo à agência noticiosa espanhola EFE, indicou que a recusa de Israel
surge num momento de máxima tensão nas negociações para pôr fim à
guerra.A fonte, que pediu anonimato devido
à sensibilidade do dossiê, afirmou que o Egito está a acelerar os
esforços diplomáticos para alcançar “uma fórmula de consenso” que
permita avançar para a segunda fase, que prevê precisamente a
desmilitarização do enclave e o desarmamento do Hamas.Contudo,
admitiu os “importantes obstáculos” do processo resultantes da
intransigência israelita e da recusa de Telavive em começar a
implementar a segunda fase do acordo antes de o Hamas se desarmar e de
ficar resolvida a situação dos combatentes palestinianos cercados no
norte e no centro da Faixa de Gaza.Até ao
momento, as conversações permanecem estagnadas, apesar da visita, no
domingo passado, ao Cairo do chefe do serviço de segurança interna
israelita, o Shin Bet, David Zini, que, segundo a mesma fonte, se
manteve “nas posições tradicionais” de Israel, impedindo qualquer avanço
tangível nas negociações.Também não foram
frutíferas as conversações com a delegação do Hamas que visitou a
capital egípcia na quinta-feira passada, com o objetivo de avançar para
“acordos de cessar-fogo mais amplos” previstos na segunda fase, numa
altura em que o Egito está a pressionar para iniciar um dos seus pontos:
a reconstrução do enclave.A segunda fase
prevê ainda um modelo de governação transitória para a Faixa de Gaza ou a
formação de uma força internacional que administre a segurança na zona,
mas a falta de “mecanismos” para desarmar o Hamas e as restantes fações
palestinianas constitui um dos principais entraves para os mediadores.“O
Egito está a tomar medidas, enquanto outras partes estão a impor
condições ou a atrasar a implementação”, afirmou a fonte, recordando que
o Cairo está a formar novos agentes da polícia palestiniana juntamente
com a Jordânia e a preparar uma conferência internacional para a
reconstrução de Gaza.As tropas israelitas
continuam a controlar mais de 50% do território de Gaza, embora o acordo
de cessar-fogo assinado por Israel e pelo Hamas em outubro preveja a
sua retirada total na segunda fase.Desde
que Israel iniciou a sua ofensiva em Gaza, como represália pelos ataques
do Hamas em outubro de 2023, pelo menos 70.112 palestinianos foram
mortos em ataques israelitas e mais de 170.986 ficaram feridos, muitos
com amputações e lesões permanentes, segundo dados do Ministério da
Saúde do enclave palestiniano.Entretanto,
num comunicado, as Brigadas al-Qassam, braço armado do Hamas, anunciaram
que entregarão a Israel, às 17:00 locais de hoje (12:00 em Lisboa),
através da mediação do Comité Internacional da Cruz Vermelha, os restos
mortais de um novo refém, no âmbito do acordo de cessar-fogo.