IRS Jovem, audição da PGR e inquérito à Santa Casa no regresso dos trabalhos parlamentares
2 de set. de 2024, 11:33
— Lusa/AO Online
Os deputados terão cerca de um
mês para agendar iniciativas ou realizar audições antes de o parlamento
se dedicar em exclusivo ao Orçamento do Estado para 2025 e a primeira
audição já tem data marcada: a procuradora-geral da República, Lucília
Gago, vai ser ouvida a 11 de setembro, na primeira reunião da comissão
de Assuntos Constitucionais. Nesta
audição, Lucília Gago apresentará o relatório da atividade do Ministério
Público relativo a 2023 e responderá a perguntas dos deputados. A
audição foi marcada depois de uma polémica entrevista dada por Lucília
Gago à RTP, no início de julho. No dia 11
reúne-se também a conferência de líderes parlamentares e a comissão
permanente – órgão parlamentar com poderes mais reduzidos que funciona
na pausa para férias.O regresso das
sessões plenárias está agendado para 18 de setembro e, na mesma data, a
comissão parlamentar de inquérito à gestão da Santa Casa da
Misericórdia, proposta por Chega, IL e BE, tomará posse. O
parlamento vai passar a funcionar com duas comissões de inquérito,
prosseguindo os trabalhos sobre o caso das gémeas tratadas em Portugal
com o medicamento Zolgensma.Até esta
sexta-feira, dia 06, os partidos têm de indicar as perguntas que querem
fazer por escrito ao ex-primeiro-ministro, António Costa, nesta comissão
de inquérito.O Governo PSD/CDS-PP e os
partidos retomam este mês as conversações sobre o Orçamento do Estado
para 2025, depois de uma primeira ronda de reuniões em julho, mas a
proposta orçamental só dá entrada no parlamento em outubro. Ainda não há
datas para as novas reuniões.Nos últimos
dias de agosto, o Chega autoexcluiu-se das negociações, e o PS definiu
as suas condições, enquanto o PCP e BE já tinham anunciado que votariam
contra. A IL, ainda em julho, deixou "tudo em aberto". "Se
as propostas de autorização legislativa sobre o IRC e o IRS que deram
entrada na Assembleia da República forem aprovadas com a Iniciativa
Liberal e o Chega, então é com esses partidos que também o Orçamento do
Estado deve ser aprovado”, avisou no domingo o secretário-geral
socialista.Em São Bento ficaram as duas
propostas de lei do Governo, que não vão integrar o Orçamento do Estado
para 2025, e já tinham merecido críticas da oposição: é o caso das
alterações ao IRS Jovem, que contempla uma taxa máxima de 15% para todos
os rendimentos de trabalho de pessoas até aos 35 anos, e a descida do
IRC dos atuais 21% para 15% até 2027.Tal
como a discussão sobre estes dois diplomas, também ficou para este mês o
debate sobre as autorizações legislativas sobre mudanças no regime que
evita a dupla tributação de rendimentos de participadas e o alargamento
do IVA de caixa.Já quanto ao pacote
anticorrupção, apresentado pelo executivo, PSD e CDS-PP propuseram a
criação de uma comissão eventual no parlamento para prosseguir “a
interação e diálogo” sobre esta matéria, não tendo o executivo submetido
na Assembleia nenhuma iniciativa até ao momento. Entre
os ‘dossiers’ que ficaram para o regresso dos trabalhos parlamentares
está ainda o da criação de um círculo nacional de compensação nas
eleições para a Assembleia da República, com projetos da IL, BE, Livre e
PAN, que desceram à especialidade sem votação.O
mesmo aconteceu com as iniciativas de BE, PCP, Livre e PAN que visam o
regresso do direito a 25 dias de férias anuais ou a criação de uma nova
licença para pais com filhos até aos oito anos, proposta pelos
bloquistas, que ficaram na comissão parlamentar de Trabalho, Segurança
Social e Inclusão.O projeto de lei do PSD
que aprova o estatuto do Conselho Nacional de Procriação Medicamente
Assistida também aguarda pelo regresso dos deputados ao parlamento.