Irina Rodrigues cumpriu um sonho ao garantir final do lançamento do disco
Paris2024
3 de ago. de 2024, 11:59
— Lusa/AO Online
"É
um sonho tornado realidade, estou muito feliz, muito emocionada, pedi
muito a Deus que este dia chegasse. Depois de um ano difícil, tem mais
sabor. Trabalhar, treinar não é fácil, mas esta mudança para a ilha
Terceira e este início de trabalho como médica trouxeram-me muita
resiliência, muita fé de que as coisas poderiam correr bem e correram",
afirmou no final a médica leiriense, de 33 anos.Além
do apuramento de Irina Rodrigues, que foi 10.ª, com 62,90 metros,
também Liliana Cá competiu, mas foi eliminada, ao ser 14.ª, com um
arremesso a 62,43.Num ano que em termos de
competição tem corrido bem a Irina Rodrigues, a atleta salientou o
facto de ter sido finalista europeia e agora ter chegado à final
olímpica."Consegui ser finalista europeia e
cheguei agora à final olímpica, que era um dos grandes sonhos. Acho que
os ares da Terceira, ter o treinador perto de mim, colegas fantásticos e
receber muito amor e carinho, tanto dos Açores como de Leiria, fizeram
com que tudo desse certo", disse visivelmente emocionada a atleta lusa.Quanto
à final, foi perentória: "Tudo pode acontecer. Tenho muita fé em Deus e
sei aquilo para que trabalhei. Acho que está a ser um ano muito bom, a
partir de agora a minha época já está ganha, consegui um grande feito,
para mim e para o meu treinador", disse a leiriense, que cumpre a sua
quarta presença olímpica e assegurou a presença na final graças ao seu
primeiro lançamento, a 62,90 metros.Menos
feliz esteve Liliana Cá, que obteve a sexta marca no seu grupo de
qualificação e acabou ultrapassada por oito atletas no segundo grupo,
quedando-se pelo 14.º lugar global, com 62,43, a 20 centímetros da alemã
Marike Steinacker, que fechou as 12 finalistas.Em
grupos disputados em alturas diferentes, Liliana Cá ainda tinha
manifestado a esperança de que a sua marca daria para a final, mas
sempre foi dizendo que fisicamente foi o melhor lançamento que poderia
ter efetuado hoje."Eu sabia que chegar aos
60 metros seria uma luta, e, entretanto, percebi que tinha de gerir o
meu corpo e a emoção para poder encaixar um lançamento pelo menos, e foi
o que eu fiz", disse na altura, acrescentando que, se passasse, era
para dar tudo na final.Liliana Cá, 37
anos, que se queixou ainda de algum desconforto físico, embora não
quisesse atribuir a isso uma prova menos boa, referiu que a aposta foi
numa competição controlada."Decidi fazer
uma prova controlada, sem arriscar, porque sabia que se entrasse mais
rápido, poderia não aguentar o ritmo. Fiz lançamentos controlados,
porque assim tinha a certeza de que seriam acima dos 60 metros, o que
consegui, espero que tenham sido suficientes para estar na final", disse
na altura a atleta, que detém ainda o melhor resultado luso na
disciplina, com o quinto lugar em Tóquio2020, ainda sem saber que tinha
ficado fora da prova decisiva.