Irão crítica novas restrições migratórias impostas pelos Estados Unidos
25 de set. de 2017, 11:04
— Lusa/AO online
"A falsa empatia de Trump para com os iranianos parece
cada vez mais vazia e é mais ofensiva contra os cidadãos", disse o chefe
da diplomacia de Teerão numa mensagem difundida através da rede social
Twitter. O presidente dos Estados Unidos prolongou o polémico
"veto migratório" imposto a oito países, seis dos quais de maioria
muçulmana, que expirava no domingo e que inclui o Irão. Os
países afetados pela nova medida, que entra em vigor no dia 18 de
outubro, são o Irão, Síria, Líbia, Iémen, Chade, Somália, Coreia do
Norte e Venezuela. As medidas pretendem, indicou Donald Trump,
"melhorar a capacidade e os meios de vigilância para detetar a tentativa
de entrada nos Estados Unidos de terroristas e de outras ameaças contra
a segurança pública" norte-americana. O veto anterior entrou
parcialmente em vigor no final do mês de junho e impedia, durante 120
dias, a entrada de refugiados e, durante 90 dias, de cidadãos de seis
países de maioria muçulmana (Irão, Somália, Sudão, Síria, Iémen e
Líbia). De acordo com Washington, as medidas que foram anunciadas
no domingo são adotadas após a análise da situação mundial e com base
nas informações que os Estados afetados compartem com os Estados Unidos e
"não em critérios de religião e de raça". Fontes oficiais
disseram à Associated Press que, ao contrário do que aconteceu
inicialmente e que provocou o caos nos aeroportos e inúmeras ações
judiciais contra os Estados Unidos, a Casa Branca esteve a trabalhar
durante vários meses nas novas regras, em colaboração com vários
departamentos além dos contactos com governos estrangeiros. As
restrições atingem os países que o Departamento para a Segurança
Nacional (DHS, na sigla em inglês) afirma terem falhado na partilha de
informações consideradas relevantes pelos Estados Unidos ou que não
tomaram precauções consideradas suficientes. O Departamento para a
Segurança Nacional criou nos últimos tempos novos critérios de
segurança que incluem fatores como a forma como os respetivos países
recolhem informações biométricas destinadas a passaportes, se partilham
com a Interpol as queixas sobre documentos de viagem roubados ou
perdidos ou documentação sobre indivíduos com cadastro criminal. Sendo
assim, as novas regras incluem a suspensão de todos os vistos de
imigração para cidadãos do Chade, Iémen e Somália e suspensão de vistos
de negócios e turismo aos nacionais do Chade, Líbia, Coreia do Norte,
Síria e Iémen. Os cidadãos do Irão deixam de poder pedir vistos de negócio ou de turismo, mas podem continuar a solicitar vistos académicos. As
vozes mais críticas acusam Trump de ultrapassar os poderes
presidenciais e de violar a Constituição dos Estados Unidos devido às
proibições por motivos religiosos. A presença da Venezuela e da
Coreia do Norte na nova lista é, para aqueles que se opõem à medida da
Casa Branca, uma forma de Trump evitar os argumentos dos grupos de
advogados que têm afirmado que o presidente está a afetar "apenas os
muçulmanos".