IPSS dos Açores aumentam funcionários em 1,1% com efeitos a julho de 2019
7 de nov. de 2019, 19:59
— Lusa/AO online
“Os
aumentos salariais conseguidos não são aqueles que nós efetivamente
desejaríamos. O processo negocial alongou-se no tempo e só hoje é que
houve condições para se rubricar o acordo”, adiantou, em conferência de
imprensa, o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Administração
Pública e Entidades com Fins Públicos (Sintap), Luís Armas.O
Sintap assinou hoje o acordo coletivo de trabalho com a União Regional
das Instituições Particulares de Solidariedade Social dos Açores
(URIPSSA) e espera assinar também com a União Regional de Misericórdias
dos Açores (URMA), com quem retoma as negociações esta sexta-feira.Também
o Sindicato dos Profissionais de Escritório, Comércio, Indústria,
Turismo, Serviços e Correlativos da Região Autónoma dos Açores
(Sindescom) alcançou este acordo, enquanto os trabalhadores não
associados a estes dois sindicatos terão de pedir adesão individual ao
acordo para terem aumentos salariais. Só entre os associados do Sintap serão abrangidos “1.389 trabalhadores de 86 instituições”.Além
da atualização salarial de 1,1%, os trabalhadores das IPSS dos Açores
terão também um aumento do subsídio de refeição de 3,75% (de 4,34 euros
para 4,5 euros) e um aumento do abono para falhas de 5,2% (de 28,53 para
30 euros), o que corresponde a um incremento total da massa salarial de
1,5%. O Sintap ambicionava um aumento
salarial de 3,5% e, por isso, vai “começar já a trabalhar na
apresentação de uma proposta para 2020”, que contemple uma atualização
de 4%, já a partir de janeiro do próximo ano. “Os
acordos coletivos de trabalho no privado têm tido um aumento de 2,5 a
3,5%. Os acordos das IPSS e Misericórdias não têm chegado a estes
valores. Achamos que para 2020 tanto a URIPSSA como a União Regional das
Misericórdias têm de fazer um esforço adicional, porque agora o
fundamento da falta de dinheiro já não se justifica tanto”, salientou
Luís Armas, referindo-se às atualizações entre 1 e 6,5% do financiamento
do Governo Regional a estas instituições, previstas para 2019 e 2020.Segundo
o sindicalista, o aumento do salário mínimo nos últimos anos absorveu
alguns níveis da tabela remuneratória das IPSS e das Misericórdias, por
isso o sindicato vai reivindicar para 2020 não só a revisão da tabela
salarial, como o aumento de outros subsídios e a alteração das
diuturnidades.“Se os aumentos não forem
efetivamente aumentos de encher o olho, entre aspas, vamos começar a
reivindicar regalias no estatuto profissional destes trabalhadores,
nomeadamente a redução da carga horária. Não faz sentido que metade da
tabela esteja absorvida pelo ordenado mínimo e estes trabalhadores
continuarem a fazer 39 e 40 horas nalguns casos”, frisou.