IPSS atualizam salários nos Açores mas rejeitam redução de horário semanal
20 de jun. de 2024, 15:07
— Lusa
“Quando
acharmos que é possível reduzir os horários, aí vamos tentar
reduzi-los, mas para agora não é ideia da URIPSSA reduzir horários, mas
sim aumentar a remuneração dos trabalhadores (…) Não podemos estar a
reduzir horários e aumentar os trabalhadores como temos aumentado”,
afirmou, em declarações aos jornalistas, o presidente da URIPSSA, João
Canedo.O representante das IPSS dos Açores
assinou hoje a revisão do contrato coletivo de trabalho com o Sindicato
dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões
Autónomas (STFPSSRA), afeto à CGTP, que abrange 1.298 trabalhadores e 40
instituições.O acordo, semelhante ao que
já tinha sido alcançado com o Sindicato dos Profissionais de Escritório,
Comércio, Indústria, Turismo e Serviços e Correlativos da Região
Autónoma dos Açores (Sindescom), afeto à UGT, prevê aumentos salariais
de 63 euros para todos os funcionários, com efeitos retroativos a
janeiro.“O ano passado, o aumento andou na
ordem dos 5,82% e este ano já estamos a falar em 6,82%. Todas as
categorias foram aumentadas, no valor do aumento do salário mínimo
regional, que foram 63 euros”, adiantou João Canedo.O
presidente da URIPSSA salientou que as IPSS atualizam os salários desde
2017 e que “já não há o esmagamento que havia nas carreiras”, porque
todos os níveis foram aumentados, bem como o subsídio de alimentação e
as diuturnidades.“Criámos carreiras para
todas as categorias e uma avaliação de desempenho desenhada para as
IPSS. Não tinha lógica nenhuma ter uma avaliação de desempenho em que as
pessoas não pudessem subir”, reforçou.O
Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Alimentação,
Bebidas e Similares, Comércio, Escritórios e Serviços, Hotelaria e
Turismo, Transportes e Outros Serviços (SITACEHT) dos Açores, também
afeto à CGTP, convocou greves para trabalhadores de creches,
jardins-de-infância e ateliês de tempos livres de IPSS, na próxima
semana, nas ilhas Terceira e São Miguel.Em
causa está a reivindicação do horário de 35 horas semanais, tendo em
conta que há na mesma instituição funcionários a trabalhar 35 horas e
outros 39, a exercer as mesmas funções.Questionado
sobre a situação, João Canedo disse que o acordo para que os
funcionários passassem a trabalhar 39 horas foi feito há 20 anos e que a
URIPSSA “optou por valorizar os ordenados”.“Não
tem lógica nenhuma haver essa greve, porque o SITACEHT pediu-nos uma
reunião, nós respondemos que estávamos disponíveis para conversar e ele
marcou greves. Nunca conversou connosco e nunca se dignou a responder ao
email que nós enviámos”, acusou.Para o
coordenador do STFPSSRA, António Inocêncio, o acordo assinado hoje
“melhorou significativamente” os salários, com “um aumento de 63 euros
para todos os níveis e de 5,5% no subsídio de alimentação”.“Foi
um avanço muito importante para a dignificação dos trabalhadores e a
credibilização de um setor essencial para toda a comunidade. Só através
da negociação coletiva é possível irmos mais longe no aumento dos
salários e na melhoria das condições de trabalho”, apontou.Quanto
à redução do horário, proposta “há vários anos”, deverá voltar a ser
discutida nas negociações do acordo coletivo de trabalho para 2025,
previstas arrancar em outubro/novembro.“Ficaram umas
pontas para a gente rever para entrar em 2025. O que está assinado hoje
vai beneficiar muito os trabalhadores. Sessenta e três euros não é o
suficiente, mas já ajuda”, concluiu.