Investimento cresce até março um terço do previsto para conjunto do ano
11 de jul. de 2018, 17:48
— Lusa/AO Online
Numa
análise sobre a execução orçamental do primeiro trimestre em contas
nacionais, a UTAO refere que a despesa registou um crescimento ligeiro,
"bastante mais moderado" do que o projetado em termos anuais, entre
janeiro e março."A
execução da despesa abaixo do previsto resultou fundamentalmente de
desvios registados na despesa com juros, na despesa com Formação Bruta
de Capital Fixo [FBCF] e nas despesas com pessoal e prestações sociais,
encontrando-se a execução destas últimas influenciada pela alteração do
perfil de pagamento intra-anual do subsídio de Natal aos funcionários
públicos e pensionistas face ao ano anterior", explica a UTAO.De
acordo com os técnicos que apoiam o parlamento, a despesa com juros
evidenciou uma queda de 7,2% no primeiro trimestre, "mais acentuada do
que a redução de 5,2% projetada no Programa de Estabilidade 2018-22. A
redução da despesa com juros pagos refletiu uma diminuição da taxa de
juro implícita da dívida pública, que no primeiro trimestre de 2018
diminuiu 0,3 pontos percentuais. face ao período homólogo, para 3%"No
mesmo período, continuam os especialistas, o 'stock' nominal de dívida
pública aumentou 2,4 mil milhões de euros - para 245,8 mil milhões,
embora em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) se tenha verificado
uma redução de 3,7 pontos percentuais para 126,4%.Também
o crescimento da despesa de capital, onde se inclui a despesa com a
Formação Bruta de Capital Fixo (investimento), cresceu menos: 12,3% no
primeiro trimestre em termos homólogos, contra 26,7% previsto no
conjunto do ano."A
FBCF registou um crescimento de 9,8%, bastante aquém do crescimento de
32,7% projetado no Programa de Estabilidade 2018-22. O aumento das
despesas de investimento concentrou-se sobretudo ao nível da
administração regional e local, onde a FBCF aumentou 15,2%", afirma a
UTAO.Na
despesa corrente primária (sem contar com os encargos da dívida pública)
também o crescimento ficou abaixo do previsto, devido às despesas com
pessoal e com prestações sociais."As
despesas com pessoal registaram no primeiro trimestre uma redução de
1,5%, evoluindo em sentido contrário face ao projetado para o conjunto
do ano, que aponta para um crescimento de 2,1%", afirma a UTAO,
explicando que para esta evolução contribuiu "o diferente perfil de
pagamento do subsídio de Natal, na medida em que em 2017 metade do
subsídio foi pago em duodécimos e em 2018 o subsídio passa a ser pago na
totalidade em novembro".Este
efeito deverá contribuir para reduzir as despesas com pessoal face ao
ano anterior até ao 3.º trimestre e diluir-se no último trimestre de
2018, explicam.Por
outro lado, também a receita está a crescer menos do que o previsto: "O
desempenho da receita no primeiro trimestre ficou aquém do previsto
para o conjunto do ano", ao avançar 3,2% entre janeiro e março (abaixo
dos 4,1% previstos para o conjunto do ano).Já
a receita fiscal está a crescer mais do que o previsto no primeiro
trimestre (5,6%, o que compara com um crescimento de 3,1%)."Para
o crescimento da receita fiscal superior ao previsto, contribuiu a
evolução registada quer pela receita de impostos diretos, quer pela
receita de impostos indiretos. Os impostos diretos aumentaram 2,6% em
termos homólogos, o que se situou 2,4 pontos percentuais acima do ritmo
de crescimento previsto no Programa de Estabilidade 2018-22", afirma a
UTAO.