Investigar indícios de abuso em meio digital entre as prioridades da AdC para 2022
31 de dez. de 2021, 17:27
— Lusa/AO online
"Considerando
o alargamento expressivo da atividade económica em ambiente digital",
uma das prioridades será "investigar indícios de abuso, nomeadamente de
exclusão, e colusão, nesse meio, através da atuação da digital 'task
force' da AdC", pode ler-se num documento com as prioridades de política
de concorrência para 2022 da AdC.A
AdC refere que a crise pandémica acelerou a transformação digital,
nomeadamente no que respeita ao comércio eletrónico, ao mesmo tempo que
se verificou "uma acrescida digitalização de diversos setores
tradicionais, o que reforça o risco de comportamentos abusivos ou
colusivos em ambiente digital"."Assim,
a digital 'task force' criada pela AdC em 2020, continuará ativa na sua
missão de detetar e investigar tais comportamentos, bem como de
acompanhar as iniciativas de política de concorrência de cariz digital",
afirma a autoridade.A
AdC indica ainda que vai "continuar a defender a economia portuguesa de
práticas anticoncorrenciais, mantendo o foco na deteção, investigação e
sanção daquelas que, nas circunstâncias atuais, tenham um impacto mais
substancial nas famílias e empresas".De
acordo com o documento, a autoridade afirma ainda que, "considerando as
atuais tensões nas cadeias de aprovisionamento globais", pretende em
2022 "contribuir para a sua fluidez através do combate a comportamentos
anticoncorrenciais que sejam disruptores das mesmas"."Contribuir
para uma recuperação económica estruturalmente benéfica para os
consumidores e empresas, reforçando a importância da inclusão da
dimensão da concorrência nos atuais esforços dos decisores públicos" é
outro dos objetivos traçados para o próximo ano pela AdC.Segundo
realça a autoridade, "num contexto social e económico marcado pelos
planos de recuperação económica, é importante promover a aplicação das
regras da concorrência, enquanto motor de produtividade e inovação".A
AdC garante ainda que "continuará também a contribuir para a promoção
de um mercado laboral aberto a novas oportunidades e que suporte uma
economia resiliente, inovadora e inclusiva" e que "estará atenta a
acordos horizontais de não-angariação de trabalhadores ('no-poach
agreements') e de fixação de salários ('wage-fixing agreements'), que
podem surgir em qualquer setor de atividade". No
documento, a autoridade nota ainda que se prevê que "a transposição da
Diretiva ECN+ ocorra no decurso de 2022", o que "virá potenciar a
atuação da AdC, nomeadamente através do reforço dos seus poderes,
aumentando assim a eficácia da sua atuação, à semelhança dos restantes
Estados membros da União Europeia. "A
Diretiva ECN+ visa atribuir às autoridades da concorrência da União
Europeia competência para uma aplicação mais eficaz das normas de
concorrência da UE (em particular, dos Artigos 101.º e 102.º do Tratado
sobre o Funcionamento da União Europeia), contribuindo para o bom
funcionamento do mercado interno", indica a AdC.