Nos Açores existem atualmente 430 insuficientes renais crónicos: 130
doentes em hemodiálise na ilha de São Miguel; 75 na ilha Terceira; 29 no
Faial e no Pico; 41 doentes em diálise peritoneal (sete na Terceira,
oito no Faial e 26 em São Miguel); e 160 transplantados. A idade média
dos doentes é de 67 anos e mais de 85% destes dependem da hemodiálise
até ao fim da vida, segundo dados da Delegação Açores da Associação
Portuguesa de Insuficientes Renais - APIR.A associação reuniu-se no
sábado, na ilha Terceira, para analisar as principais necessidades dos
doentes renais da Região e traçar o plano de atividades para 2026. O
encontro incluiu visitas ao Serviço de Hemodiálise do Hospital de Santo
Espírito da Ilha Terceira - HSEIT e à Liga dos Amigos dos Doentes dos
Açores, segundo nota de imprensa.No HSEIT, a delegação constatou a
organização e a estabilidade da equipa clínica, composta atualmente por
quatro nefrologistas, com reforço previsto no início do próximo ano.
Enquanto que a equipa de enfermagem, com experiência consolidada,
garante um ambiente de trabalho seguro e acolhedor para os doentes.
Durante a visita, a APIR ofereceu uma televisão à sala de hemodiálise,
contribuindo para maior conforto durante as sessões de tratamento que
podem demorar até quatro horas, diz a nota.“O Serviço de Hemodiálise
do HSEIT é apontado pela APIR como uma referência de boas práticas no
setor público” sublinha a nota, acrescentando que “as futuras obras no
Hospital Divino Espírito Santo - HDES poderão beneficiar da organização e
modelo já implementados nesta unidade”, lê-se.Para a APIR, o
sucesso do serviço deve-se também à articulação entre diferentes
especialidades médicas, o que é essencial para atender doentes com
múltiplas comorbilidades: “Algo que o HSEIT tem assegurado com elevada
eficiência”, afirma.Nesse sentido, a Delegação dos Açores lamenta
que os Conselhos de Administração dos hospitais da Horta e da Terceira
não tenham sido incluídos na análise dos planos funcionais do HDES, o
que teria promovido “um verdadeiro funcionamento em rede e aumentado a
eficiência da resposta aos doentes”, acrescenta a nota.Para 2026, a
APIR Açores vai concentrar esforços em melhorar os cuidados clínicos, as
condições dos serviços de hemodiálise, a qualidade do transporte não
urgente e o acompanhamento de doentes deslocados. A associação pretende
ainda avançar com o projeto “Educação para os Rins”, destinado a
sensibilizar a população sobre a prevenção de doenças renais, embora
reconheça que a implementação total depende de recursos adicionais.A
APIR sublinha a dificuldade que muitos doentes enfrentam em manter a
atividade profissional devido à doença, agravando problemas económicos
pessoais.A Delegação dos Açores reconhece ainda o trabalho
desenvolvido pela Liga dos Amigos dos Doentes dos Açores e reafirma que
continuará a trabalhar em parceria com entidades públicas e privadas
para garantir melhores cuidados e qualidade de vida aos doentes renais
da Região, conclui a nota.