Instrução começa hoje no Tribunal Central de Instrução Criminal
Operação Marquês
28 de jan. de 2019, 10:11
— Lusa/AO Online
Esta
fase processual facultativa funciona como um mecanismo de controlo
jurisdicional da acusação do Ministério Público e termina com a decisão
do juiz de levar ou não a julgamento os arguidos. A
instrução foi requerida por 19 arguidos, entre os quais o
ex-primeiro-ministro José Sócrates, o ex-ministro Armando Vara, os
ex-administradores da PT Henrique Granadeiro e Zeinal Bava e o
empresário Carlos Santos Silva. Por
sorteio eletrónico, não isento de polémica, calhou, precisamente há
quatro meses, ao juiz Ivo Rosa dirigir esta fase processual. Ivo
Rosa já marcou diligências até maio, sempre nas tardes dos últimos três
dias de cada mês, prevendo-se que a decisão final seja conhecida perto
do final do ano, dado o número de diligências e o número de testemunhas e
de arguidos que querem depor. Na
segunda-feira a primeira arguida a falar é Bárbara Vara, filha de
Armando Vara, que está acusada de branqueamento de capitais. O
processo Operação Marquês, que teve início em julho de 2013, resultou
numa acusação de 188 crimes, a maioria de branqueamento de capitais,
vertida em mais de quatro mil páginas, 134 volumes, mais de 500 apensos e
registos de mais de 180 buscas e interceções telefónicas. No total, são mais de 53 mil páginas de papel, espalhadas por duas salas do TCIC, na rua Gomes Freire, em Lisboa.José
Sócrates, que esteve preso preventivamente e em prisão domiciliária e
está acusado de 31 crimes económico-financeiros, pediu para depor nesta
fase processual. Entre
os 28 arguidos estão Carlos Santos Silva, Henrique Granadeiro, Zeinal
Bava, Armando Vara, Joaquim Barroca, Helder Bataglia, Rui Mão de Ferro e
Gonçalo Ferreira, empresas do grupo Lena (Lena SGPS, LEC SGPS e LEC SA)
e a sociedade Vale do Lobo Resorts Turísticos de Luxo.