Instituto Nacional de Estatística está a rever base de dados de género
7 de jul. de 2021, 16:05
— Lusa/AO Online
O
seminário de apresentação do projeto sistema estatístico nacional sobre
igualdade de género decorre durante o dia de hoje, sendo um trabalho
que tem como objetivo rever a Base de Dados de Género do INE para
disponibilizar um sistema de informação abrangendo várias dimensões da
desigualdade entre homens e mulheres.Além
da revisão da base de dados, o projeto inclui a realização de um
inquérito à fecundidade e o desenvolvimento de um relatório sobre a
metodologia a adotar num futuro inquérito ao uso do tempo.Sérgio
Bacelar, técnico superior do INE, explicou que o dossier de género já
existe há algum tempo e que o objetivo da revisão que está a decorrer é o
atualizar o conteúdo da base de dados, aumentando a abrangência e, se
possível, aumentando a desagregação territorial dos indicadores para
acompanhar as medidas de política, nomeadamente a estratégia para a
igualdade e não discriminação 2018-2030.Segundo
o responsável, é preciso que se mantenha a comparabilidade dos dados,
ao mesmo tempo que se identificam lacunas e se pensa em melhorias face à
situação atual, revelando que o fim do projeto só está previsto para
julho de 2022.A
secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, que esteve no
encerramento da sessão da manhã, apontou que se trata de um projeto
ambicioso e decisivo para a definição de políticas públicas e defendeu
que a revisão da base de dados era urgente.“Este
projeto tem potencial transformador muito forte e muito promissor.
Articula-se de forma muito estreita com as nossas políticas públicas
nacionais, mas também com aquilo que são as orientações internacionais
nestas matérias”, sublinhou Rosa Monteiro.Na
opinião da secretária de Estado, trata-se de um projeto que faz ainda
mais sentido em contexto de crise pandémica, já que foi demonstrada a
importância de haver dados estatísticos rigorosos em matéria de
igualdade entre homens e mulheres.Rosa
Monteiro sublinhou que a urgência desta ferramenta também é justificada
pelo facto de a Comissão Europeia ter determinado aos Estados membros
que incluam nos seus planos nacionais de recuperação e resiliência
perspetiva de género.“Isto
só se faz se tivermos dados desagregados e conseguirmos monitorizar
impactos da crise e das medidas de política pública no combate a estas
desigualdades de género”, disse, apontando que são precisos dados
administrativos desagregados e informação estatística rigorosa.