Instituto da Vinha e do Vinho assume património e recursos humanos nos Açores
12 de dez. de 2024, 18:30
— Lusa/AO Online
“O
património da Comissão Vitivinícola Regional (CVR) Açores, após a sua
extinção, incluindo imóveis, equipamentos, viaturas e outros bens
móveis, transita para o Instituto da Vinha e do Vinho (IVVA) dos
Açores”, refere o diploma.Esta alteração
proposta pelo Governo Regional foi aprovada com os votos favoráveis de
todos os partidos, à exceção do deputado da IL, Nuno Barata, que votou
contra.O parlamentar liberal entende que a
proposta do executivo regional de coligação (PSD/CDS-PP/PPM) contém
“ilegalidades e inconstitucionalidades”, além de provocar “injustiça
laboral”, nomeadamente, ao prever que os trabalhadores da CVR “podem ser
integrados na Administração Pública Regional, sem serem submetidos a
concurso.Também o deputado do Bloco de
Esquerda, António Lima, considera que o Governo regional, liderado pelo
social-democrata José Manuel Bolieiro, cria “dois pesos e duas medidas”
ao facilitar a integração destes trabalhadores no setor público, depois
de não ter permitido o mesmo a outros trabalhadores de empresas
públicas, entretanto, extintas.Pelo PAN, o
parlamentar Pedro Neves considera mesmo que o executivo regional está a
laborar num “erro” e que o diploma agora aprovado “é ilegal” e teme que
a legislação agora alterada pela Assembleia Regional não passe no crivo
do Representante da República para os Açores, Pedro Catarino, a quem
compete a promulgação da lei.Por seu lado,
a deputada social-democrata Ana Jorge elogiou o Governo Regional por
entender que está a dar resposta ao setor vitivinícola regional, que “se
depara com novos desafios e obrigações, fruto do forte impulso que
registou nos últimos anos, quer na vertente produtiva, sustentada em
largas centenas de hectares de vinha reabilitada, quer por via do
surgimento de novos vinhos e produtos vitivinícolas”.“Creio
que estamos perante uma boa proposta legislativa, com a qual nós nos
associamos, até porque vai ao encontro de uma petição entregue aqui
nesta casa e que levantava as questões que estão aqui devidamente
plasmadas”, disse também Francisco Lima, deputado do Chega, que também
votou a favor da proposta.A deputada do PS
Marta Matos lamentou que o Instituto da Vinha e do Vinho dos Açores,
cuja criação já estava a ser preparada pelo anterior Governo Regional
socialista (antes de 2020), ainda não esteja devidamente implementado:
“nós já perdemos demasiado tempo e isso é, não só, inaceitável, como
lamentável”.O secretário regional da
Agricultura e da Alimentação, António Ventura, explicou em plenário que o
atraso na aprovação desta alteração à orgânica do IVVAçores, resultou,
em parte, do chumbo do plano e orçamento para 2024 e da consequente
realização de eleições antecipadas, que ocorreram em 04 de fevereiro
deste ano.“Caíram todos os diplomas que
estavam pendentes nesta casa, e caiu também o diploma que alterava o
IVV. Quando se fala que há um atraso de dois anos, é preciso também
dizer que houve eleições antecipadas e que todos os diplomas caíram. É
leviano e irresponsável omitir este facto”, considerou o governante.Paulo Margato, deputado do PPM, considerou que, estando justificada a razão
pela qual o diploma levou tanto tempo a ser discutido no parlamento, só
resta agora votá-lo, para que os trabalhadores do CVR possam ser
“devidamente salvaguardados”, nesta transição para o novo Instituto da
Vinha e do Vinho.“Foram vossas excelências
que atrasaram este diploma”, apontou Pedro Pinto, deputado do CDS-PP,
dirigindo-se aos partidos da oposição, que chumbaram o orçamento e
provocaram a queda do executivo, acrescentando que “finalmente, a região
vai ter um Instituto da Vinha e do Vinho”.