Instituto brasileiro diz que cumprirá entrega de 46 milhões de doses da Coronavac
Covid-19
8 de abr. de 2021, 11:22
— Lusa/AO Online
Num comunicado enviado à
agência Lusa, o Instituto Butantan, vinculado ao estado de São Paulo e
que produz no Brasil a vacina do laboratório chinês Sinovac, indicou que
o cronograma de entregas do imunizante ao Governo Federal será
cumprido.O comunicado foi emitido na
sequência de alguns jornais brasileiros terem noticiado que a produção
da Coronavac estava paralisada devido à falta de matéria-prima
proveniente da China."O Instituto Butantan
esclarece que não interrompeu a produção da vacina contra o novo
coronavírus. Todas as doses provenientes do Insumo Farmacêutico Ativo
(IFA) recebido da China já foram envasilhadas", explicou a centro de
investigação biológica.Neste momento,
segundo o Butantan, cerca de 2,5 milhões de vacinas encontram-se em
processo de inspeção de controlo de qualidade para serem entregues na
próxima semana ao Programa Nacional de Imunizações do Ministério da
Saúde."Desde janeiro, o Instituto já
entregou 38,2 milhões de doses da vacina ao país. Com uma nova remessa
de IFA, prevista para a próxima semana, será possível integralizar todas
as 46 milhões de doses referentes ao primeiro contrato com o Ministério
da Saúde até o dia 30 de abril", conclui o documento.Ao
portal de notícias G1, o diretor do Instituto, Dimas Covas, afirmou que
houve um atraso no despacho de um lote de matéria-prima da vacina
produzida na China, mas negou qualquer impacto ou anormalidade no
processo de entrega da Coronavac."A
matéria-prima está pronta para o embarque na China, houve um problema no
embarque. Não há anormalidade. Não há retenção de vacina da China. Não
há nenhum ruído de comunicação entre o Brasil e a China nem entre o
Butantan e a Sinovac", disse Dimas Covas. Até
ao momento, o Brasil tem imunizado a sua população com a Coronavac e
com a vacina do laboratório anglo-sueco AstraZeneca, produzida no Brasil
pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A
vacina Coronavac mostrou ter uma eficácia de 50% na prevenção da doença
14 dias após a primeira dose, segundo resultados preliminares de um
estudo que envolveu 67.718 trabalhadores de área da saúde em Manaus,
cidade onde a estirpe brasileira P.1 foi detetada e onde é predominante.A
investigação, realizada pelo grupo Vebra Covid-19, que integra
investigadores de instituições brasileiras e internacionais, é a
primeira a avaliar a efetividade do imunizante num local onde a variante
P.1 é predominante. "Esses resultados são
encorajadores porque a Coronavac continua a ser efetiva na redução de
risco de doença sintomática num cenário com mais de 50% de prevalência
de P.1. Essas descobertas apoiam o uso contínuo dessa vacina no Brasil e
em outros países com a circulação da mesma variante", afirmou o grupo,
num comunicado enviado à imprensa.O
Brasil, que atravessa o seu momento mais crítico na pandemia com
sucessivos recordes de mortos e casos, totaliza 340.776 óbitos e
13.193.205 diagnósticos de infeção desde que o primeiro caso foi
registado no país, há cerca de 13 meses.