Instituições da UE querem participar no esforço de reconstrução
Incêndio Notre-Dame
16 de abr. de 2019, 09:34
— Lusa/AO Online
Num
debate no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, sobre os resultados da
cimeira de líderes da UE da semana passada, os presidentes da
assembleia, António Tajani, do Conselho Europeu, Donald Tusk, e da
Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, iniciaram invariavelmente as
suas intervenções com palavras de pesar pelo incêndio da véspera que
destruiu parcialmente um dos grandes símbolos de França e da Europa,
afirmando-se "feridos no coração".Apontando
que o devastador incêndio é “uma ferida que não vai passar
rapidamente”, António Tajani defendeu que “todos se devem empenhar” e
avançou com a ideia, que lhe foi proposta por um eurodeputado, “de
recolher dinheiro hoje” entre os parlamentares europeus.“Vamos
pôr uma caixa no exterior do plenário, podemos pôr o que ganhamos hoje,
para enviar uma mensagem de solidariedade (…) Conto convosco. Penso que
essa mensagem do Parlamento Europeu vai fazer bem à França, aos
franceses e a todos os europeus”, sugeriu.Por
seu lado, Donald Tusk começou por deixar “palavras de conforto e
solidariedade” a França, apontando que o fazia “não apenas como
presidente do Conselho Europeu, mas também como cidadão de Gdansk,
(cidade polaca) 90% destruída e queimada”, durante a II Guerra Mundial,
“mas posteriormente reconstruída”.“Vocês
também irão reconstruir a vossa catedral. De Estrasburgo, a capital
francesa da União Europeia, apelo aos 28 Estados-membros a participarem
nesta tarefa. Eu sei que França poderia fazê-lo sozinha, mas o que está
aqui em jogo é mais do que ajuda material. O incêndio da catedral de
Notre Dame fez-nos voltar a ter noção de que aquilo que nos liga é algo
mais importante e mais profundo do que os Tratados. Hoje entendemos
melhor o quanto podemos perder, e queremos defendê-lo, juntos”, declarou
o dirigente polaco.Também Jean-Claude
Juncker iniciou a sua intervenção afirmando que segunda-feira “foi um
dia terrível para todos que amam a França e que amam Paris”, pois o
incêndio foi “uma tragédia não apenas arquitetónica”.“Dói
no coração. Ontem, uma parte importante da França foi gravemente
ferida. A Europa foi ferida, nós fomos feridos, e estamos solidários com
os nossos amigos franceses”, disse.