Inspetores da PJ anunciam dois dias de greve em janeiro
7 de dez. de 2018, 16:46
— Lusa/AO Online
“Foi
decidido dois dias de greve que serão implementados em conjunto com os
sindicatos dos outros funcionários da PJ e que, no limite máximo,
poderão incapacitar a polícia durante cerca de 15 dias”, disse à agência
Lusa o presidente da Associação Sindical dos Funcionários de
Investigação Criminal (ASFIC), Ricardo Valadas.A
paralisação de dois dias foi decidida na assembleia-geral da ASFIC,
realizada na quinta-feira, de onde também saiu a realização de uma greve
ao trabalho extraordinário durante um mês.
“Durante um mês a investigação criminal só vai trabalhar das 09:00 às
17:00. Todo o trabalho suplementar não se irá realizar”, disse Ricardo
Valadas, explicando que esta greve será em janeiro, mas que ainda não há
uma data precisa para o seu início.O
presidente do sindicato que representa os inspetores da PJ adiantou que
os dois dias da greve a realizar em janeiro ainda não estão decididos,
estando as datas a ser acertadas com os sindicatos que representam os
restantes funcionários da Polícia Judiciária, designadamente os dos
administrativos e da segurança.“Dois
dias de greve por cada sindicato vão parar a PJ, porque nenhuma das
estruturas funciona sozinha. Estão todas interligadas e dependentes umas
das outras”, afirmou.Ricardo
Valadas frisou que o motivo principal destas greves é a revisão do
estatuto profissional, mas também a contagem do tempo em que as
carreiras estiveram congeladas, uma vez que os investigadores da PJ têm
uma carreira especial, como os professores.Os inspetores da PJ protestam também contra a falta de efetivo e de investimento na estrutura da PJ.Segundo Ricardo Valadas, o quadro da PJ está envelhecido, sendo a média de idades dos inspetores de 49 anos.“Reiteradamente
fala-se no investimento do combate à corrupção, mas as pessoas que
trabalham nestas áreas e trabalham na própria estrutura da polícia são
cada vez menos”, sustentou.O
sindicalista salientou que, durante três anos, realizaram-se
negociações com tutela e nada foi feito, tendo-se “esgotado tudo o que
havia para esgotar em termos de negociação”.O
presidente do sindicato que representa os inspetores da PJ admitiu
ainda novas ações de luta no próximo ano em conjunto com outras
estruturas das forças e serviços de segurança com problemas idênticos.