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Inspeção Administrativa dos Açores regista apenas casos de "pequena corrupção"

A Inspeção Regional Administrativa e da Transparência dos Açores registou um aumento de queixas, mas o inspetor rejeitou que haja grande corrupção na administração pública regional, alegando que é preciso combater a “pequena corrupção”.


Autor: Lusa/AO Online

“A nível da administração pública regional não podemos falar em grande corrupção, mas sim na pequena corrupção, que eventualmente poderá acontecer dentro dos trabalhadores, dos próprios dirigentes e das chefias intermédias”, disse, em declarações aos jornalistas, o responsável da Inspeção Regional Administrativa e da Transparência, Francisco Lima, em Angra do Heroísmo, à margem da primeira conferência regional sobre “A Prevenção da Corrupção e a Transparência”.

A iniciativa foi a primeira ação do recém-criado Gabinete de Prevenção da Corrupção e Transparência da região, associado à Inspeção Regional Administrativa e da Transparência.

Questionado sobre o diagnóstico dos casos de corrupção nos Açores, Francisco Lima disse que “o gabinete ainda não fez qualquer estudo”, mas admitiu que houve um aumento de denúncias na inspeção.

“Tivemos um pico no aumento das denúncias, a que temos vindo a dar resposta dentro da capacidade que a própria inspeção tem e tem-se promovido os inquéritos necessários e as ações extraordinárias necessárias para colmatar e responder a essas denúncias”, afirmou.

Ainda assim, disse que não estão em causa situações de “grande corrupção”, mas antes "pequena corrupção", que “pode estar ligada ao favor que se presta, à forma que se encontra de ultrapassar determinados mecanismos legais para promover um processo de despesa ou para contratação pública”.

Segundo o inspetor, o combate a este tipo de corrupção passa por um aumento da consciencialização de dirigentes e funcionários públicos.

“A prevenção é sempre feita pela sensibilização para a temática. Muitas vezes acontece que os próprios trabalhadores, os próprios dirigentes, não têm noção do que possa ser a pequena corrupção. É este o âmbito principal do gabinete, de forma a promover uma administração pública mais íntegra, com maior ética e com maior serviço de responsabilidade para com o cidadão”, salientou.

Francisco Lima disse que o novo gabinete pretende “promover a atualização dos planos de prevenção da corrupção” e introduzir algum dinamismo “para que os planos das próprias organizações sejam conhecidos pelos trabalhadores, pelas chefias intermédias e também pelas próprias chefias de topo”.

“Pretendemos fazer uma mudança de mentalidades, mas sempre conscientes de que as mudanças de mentalidades levam um tempo necessário e não são atingidas de forma imediata”, sublinhou.