Início do julgamento novamente adiado devido a greve
Caso EDP
6 de out. de 2023, 11:13
— Lusa/AO Online
Segundo disse aos jornalistas um funcionário do tribunal, a primeira sessão deverá acontecer na próxima terça-feira.O início do julgamento já tinha sido adiado na terça-feira passada, devido à greve dos funcionários judiciais.A
greve foi convocada pela Federação Nacional de Sindicatos
Independentes da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos
(FESINAP) para a Administração Pública Central, Regional e Local e para
entidades do setor público, que abrange os funcionários judiciais.À
saída do tribunal após tomar conhecimento do adiamento, o advogado de
Ricardo Salgado, Francisco Proença de Carvalho, disse aos jornalistas
que “não vale a pena responsabilizar os funcionários judiciais pelo
atraso do processo”, uma vez que “o inquérito demorou mais de 10 anos”.“Não foi por culpa dos funcionários judiciais” que houve tanta morosidade neste processo”, afirmou.Por
seu turno, Manuel Pinho lamentou este novo adiamento, explicando que,
como se encontra em prisão domiciliaria em Braga, vai ter de regressar
na segunda-feira a Lisboa para estar presente na terça-feira no
tribunal.“Acho que merecia um pouco de
respeito”, queixou-se o ex-ministro, reiterando estar “preparadíssimo”
para enfrentar o julgamento.Compareceram também hoje em tribunal a mulher de Manuel Pinho, Alexandra Pinho, e o seu advogado, Magalhães e Silva.O
antigo ministro da Economia (entre 2005 e 2009) Manuel Pinho, que está
em prisão domiciliária desde dezembro de 2021, vai responder em
julgamento por um crime de corrupção passiva para ato ilícito, outro de
corrupção passiva, um crime de branqueamento de capitais e um crime de
fraude fiscal. A sua mulher, Alexandra
Pinho, será julgada por um crime de branqueamento e outro de fraude
fiscal - em coautoria material com o marido -, enquanto o ex-presidente
do BES, Ricardo Salgado, vai a julgamento por um crime de corrupção
ativa para ato ilícito, um crime de corrupção ativa e outro de
branqueamento.Inicialmente ligada à gestão
da empresa elétrica e a alegados favores, a investigação arrancou em
2012 por causa dos Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual. Em
causa estavam suspeitas de corrupção e participação económica em
negócio por parte dos antigos administradores António Mexia e Manso Neto
para a manutenção do contrato das rendas excessivas, no qual, segundo o
MP, teriam corrompido o ex-ministro Manuel Pinho. No
entanto, o MP acabou por separar em dezembro de 2022 os processos, ao
centrar-se por agora nas suspeitas de corrupção e branqueamento com
dinheiros provenientes do Grupo Espírito Santo (GES) relativamente a
Manuel Pinho, Alexandra Pinho e Ricardo Salgado.