Iniciativa Liberal quer que executivo peça desculpa aos açorianos
Açores/Eleições
16 de out. de 2020, 12:43
— Lusa/AO Online
“É devido pelo
Governo Regional dos Açores e é um dever também da CNE obrigar o
executivo a fazer um pedido de desculpa a todos os contribuintes dos
Açores pela mesma via em que foi feito o apelo ao voto encapotado no
governo e PS”, declarou Nuno Barata.O
também cabeça de lista por São Miguel e pelo círculo de compensação nas
legislativas regionais de 25 de outubro falava aos jornalistas na
sequência de uma visita à exploração agrícola da Boa Fruta, no
denominado Prédio das 20 Estufas, nas Laranjeiras, em Ponta Delgada. A
Comissão Nacional de Eleições (CNE) declarou na quinta-feira que a
Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) não deveria ter enviado uma
correspondência aos açorianos sobre o sufrágio deste mês, pedindo também
"neutralidade e imparcialidade" ao Governo Regional.A
posição da CNE, a que a agência Lusa teve hoje acesso, diz respeito a
queixas de "mais de duas dezenas de cidadãos" a propósito de um 'email'
enviado pela AT sobre o processo de voto em mobilidade para as próximas
regionais de 25 de outubro, assinado pelo Governo dos Açores e
apresentando a mensagem “O futuro dos Açores está nas suas mãos”.A
comissão determina à AT "que se abstenha de intervir, por qualquer
forma, nos processos eleitorais, seja porque tal intervenção não é
legitimada por nenhuma norma de direito eleitoral, seja ainda e
acessoriamente por força do que comanda o princípio da especialidade das
competências administrativas".No que se
refere ao Governo dos Açores, a CNE reitera o que já havia transmitido
ao vice-presidente do executivo socialista, Sérgio Ávila: o executivo
"está sujeito a especiais deveres de neutralidade e imparcialidade" e
não pode emitir documentos "à exceção" dos previstos na lei nestes
momentos eleitorais.Os eleitores em
mobilidade que votam antecipadamente nas eleições regionais puderam
manifestar essa intenção entre 11 e 15 de outubro e vão votar este
domingo.Com a alteração à Lei Eleitoral da
Assembleia Legislativa dos Açores, promulgada pelo Presidente da
República em 21 de agosto, os eleitores passam a poder exercer o seu
direito de voto de forma antecipada, por mobilidade, também nas eleições
regionais, algo que até agora era permitido apenas nas eleições
presidenciais, legislativas nacionais e europeias.Para
o efeito, vão ser criadas mesas de voto nas câmaras municipais da sede
de distrito, em Portugal continental; uma por concelho, nas 19 câmaras
municipais, nos Açores; uma na Câmara Municipal do Funchal e outra na
Câmara Municipal do Porto Santo, na Região Autónoma da Madeira.Concorrem
este ano aos 57 lugares da Assembleia Legislativa Regional 13 forças
políticas: PS, PSD, CDS-PP, BE, CDU, PPM, Iniciativa Liberal, Livre,
PAN, Chega, Aliança, MPT e PCTP/MRPP. Estão inscritos para votar 228.999
eleitores.Nas anteriores legislativas
açorianas, em 2016, o PS venceu com 46,4% dos votos, o que se traduziu
em 30 mandatos no parlamento regional, contra 30,89% do segundo partido
mais votado, o PSD, com 19 mandatos, e 7,1% do CDS-PP (quatro mandatos).O BE, com 3,6%, obteve dois mandatos, a coligação PCP/PEV, com 2,6%, um, e o PPM, com 0,93% dos votos expressos, também um.Nas
eleições regionais açorianas existem nove círculos eleitorais, um por
cada ilha, mais um círculo regional de compensação que reúne os votos
que não foram aproveitados para a eleição de parlamentares nos círculos
de ilha.O PS governa a região há 24 anos, tendo sido antecedido pelo PSD, que liderou o executivo regional entre 1976 e 1996.