Iniciativa Liberal condena quem está nas ilhas "ao serviço de interesses de Lisboa"
17 de nov. de 2021, 19:03
— Lusa/AO Online
A estrutura regional
da IL lembrou, num comunicado, que foi um dos partidos que assinou um
acordo de incidência parlamentar com o PSD nos Açores, em 2020, que
levou à aprovação, pelo deputado único que tem no parlamento da região
autónoma, do orçamento do arquipélago para este ano.Em
relação ao que foi proposto para 2022 pelo Governo Regional, de
coligação PSD/CDS-PP/PPM, que está em debate na Assembleia Legislativa
dos Açores, a IL diz que não cumpre o acordo assinado no ano passado,
mas que o processo ainda está em aberto."No
primeiro orçamento o acordo foi cumprido, nomeadamente com redução de
impostos, e neste orçamento, depois do recuo do Governo, continuaremos a
lutar para que os açorianos não sejam penalizados por mais
endividamento. Desta forma, o Governo estará a cumprir o acordo assinado
com a IL, o orçamento não será igual aos orçamentos socialistas do
passado e o futuro dos açorianos ficará mais assegurado", lê-se no
comunicado.A IL divulgou esta nota depois
de o líder nacional do Chega, André Ventura, pedir à estrutura regional
do partido para romper o compromisso que assumiu com o PSD nos Açores e
votar contra o Orçamento Regional de 2022."A
Iniciativa Liberal está nos Açores para defender os interesses das
nossas ilhas e de todos os açorianos. Não está, como em outros partidos,
ao serviço de interesses de Lisboa que usam os Açores apenas como
fantoche para jogos de poder nacionais, num total desrespeito pelos
Açores e pelos açorianos e até pelos seus eleitos e eleitores", escreveu
a IL/Açores.Para o partido, o que "está
em causa neste momento" é "o debate do Plano e Orçamento da Região para
2022 e a defesa dos interesses da região e dos açorianos", que se
defendem "nos Açores" ou em Lisboa e Bruxelas desde que "por quem
legitimamente é escolhido e escrutinado pelos açorianos". O
deputado único da Iniciativa Liberal nos Açores, Nuno Barata, já tinha
revelado em 05 de novembro que o seu sentido de voto não está fechado,
mesmo depois de o Governo Regional ter reduzido o nível de endividamento
previsto no Orçamento e no Plano para 2022, tal como tinha exigido o
parlamentar.A Assembleia Legislativa dos
Açores é composta por 57 deputados, sendo que, na atual legislatura, 25
são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do PPM, dois do BE, um da
Iniciativa Liberal, um do PAN, um do Chega e um deputado independente
(eleito pelo Chega). No arquipélago, PSD, CDS-PP e PPM, que juntos representam 26 deputados, assinaram um acordo de governação. A
coligação assinou ainda um acordo de incidência parlamentar com o Chega
e a IL. O deputado independente Carlos Furtado manteve o apoio ao
Governo dos Açores.Se o deputado único do
Chega, José Pacheco, deixar de apoiar o executivo, este passa a contar
com o apoio de 28 deputados, insuficiente para garantir maioria absoluta
(29).A Assembleia Legislativa Regional dos Açores começa na segunda-feira o debate sobre o Plano e Orçamento do Governo para 2022.