IL/Açores entrega no parlamento proposta para desbloquear verbas a atletas e clubes
9 de mar. de 2022, 17:50
— Lusa/AO Online
Em conferência de imprensa, na sede da
Assembleia Legislativa, na cidade da Horta, ilha do Faial, Nuno Barata
disse estarem em causa “2,2 milhões de euros de apoios orçamentados que
não foram pagos e estão a provocar imensos problemas de tesouraria aos
diversos clubes e atletas”.O parlamentar
referia-se aos apoios atribuídos pela região a clubes e atletas em
competições nacionais, que utilizam a palavra Açores nos equipamentos, e
que “não foram pagos nesta época desportiva”, devido a “uma providência
cautelar interposta por um clube que se diz prejudicado”.A
IL pretende que o parlamento recomende ao Governo que, “com caráter de
urgência, proceda aos pagamentos das verbas determinadas aos clubes e
atletas que não são alvo direto do problema levantado pela providência
cautelar”.Questionado com a decisão
judicial que levou à suspensão do pagamento, Nuno Barata notou que, “se o
poder legislativo disser ao Governo para agir, o tribunal terá de
aferir da proporcionalidade da lei”.Na
resolução, a representação parlamentar da IL defende ainda que o Governo
deve proceder “a uma reformulação dos cálculos das verbas a atribuir
aos clubes da modalidade de futebol que competem no Campeonato de
Portugal, dividindo por cinco a totalidade dos apoios, no total de 416
mil euros”.“Na prática, significa entregar
já a estes clubes 83 mil euros, cativando a parte da divisão por cinco
[outros 83 mil euros] até o Tribunal Administrativo e Fiscal de Ponta
Delgada decidir sobre a providência cautelar”, observou.Para
Nuno Barata, “se o tribunal decidir que o autor da providência cautelar
tem direito a receber tais apoios, os 83 mil euros [...] cativos serão
entregues ao Clube Operário Desportivo”.“Se
o Tribunal decidir o contrário, os 83 mil euros serão novamente
divididos por quatro e entregues aos clubes a quem, desde o início,
estava consagrado o direito de os receber”, defendeu.No
documento entregue no parlamento é ainda defendido que a região pague a
verba destinada ao Clube Desportivo Santa Clara na modalidade de
futebol, pois o mesmo “não está envolvido neste imbróglio”. A
IL pretende também que o Governo, “com caráter de urgência, proceda à
alteração dos normativos legais vigentes, adequando-os às realidades
competitivas nacionais, por forma a evitar que, futuramente,
constrangimentos semelhantes possam repetir-se, complicando o normal
funcionamento do movimento associativo desportivo regional”.Na
conferência de imprensa, deputado explicou que, “na modalidade de
futebol e nas provas sob a égide da Federação Portuguesa de Futebol, em
concreto, foram introduzidas alterações nos quadros competitivos
nacionais que obrigavam o Governo Regional a alterações aos normativos
legais vigentes tendo em vista a atribuição dos apoios”. “Tal
atualização legal, por parte da tutela do turismo, não se verificou,
facto que abriu portas a que um clube tivesse interposto uma providência
cautelar que decretou a suspensão imediata da eficácia da Resolução do
Conselho do Governo em que eram determinadas as verbas a atribuir aos 13
clubes e ao campeão regional de ralis, no total de oito modalidades
desportivas”, justificou.A “solução
encontrada pelo Governo foi atribuir aos clubes cartas de conforto para
que as respetivas direções recorram à banca, contraindo empréstimos no
montante dos valores a receber”, mas “a credibilidade da região junto da
banca já não é a que foi”, acrescentou.Isso,
prosseguiu, “obrigou os dirigentes desportivos a terem que se assumir
como avalistas em nome pessoal dos montantes contraídos, hipotecando as
suas vidas pessoais”. Para a IL, “a
região, enquanto pessoa de bem, não pode, nem deve, ser um elemento
criador de constrangimentos às instituições da sociedade civil, nem
podem os apoios públicos legalmente determinados servirem para bloquear o
normal funcionamento das mesmas”.