Iniciados maioria dos programas do Plano Regional de Saúde dos Açores
18 de dez. de 2024, 10:01
— Lusa/AO Online
“Acredito
que sim. Numa primeira fase, temos de perceber que queremos desde já
inverter as tendências. Penso que numa primeira avaliação esse será o
ponto essencial”, afirmou, em declarações aos jornalistas, a titular da
pasta da Saúde nos Açores, Mónica Seidi.A
governante falava, em Angra do Heroísmo, à margem da apresentação de
quatro programas dos 11 que integram o Plano Regional de Saúde dos
Açores até 2030.Segundo Mónica Seidi, os
Açores apresentam dados “preocupantes e alarmantes” em algumas áreas,
mas esses números “reforçam o compromisso do Governo Regional com um
trabalho que tem de ser feito em articulação e integração com as várias
instituições” para inverter a tendência.“Temos
efetivamente um plano muito ambicioso, que nos deve motivar e deixar
orgulhosos, mas todos percebemos que o nível de exigência e compromisso é
muito significativo. Se não conseguirmos colocar esse ónus em cima da
nossa ação, dificilmente teremos resultados diferentes daqueles que a
região conseguiu atingir até agora”, frisou.A
maioria dos programas que integram o Plano Regional de Saúde,
apresentado em abril, já tem medidas implementadas, como o Programa
Regional de Literacia em Saúde.“A
Sociedade Portuguesa para a Literacia em Saúde já teve sete ações só na
ilha Terceira, direcionadas a um público idoso. Através de assembleias
temáticas, que já chegaram a mais de 100 pessoas, conseguimos ter
contributos muito interessantes”, avançou Mónica Seidi.A
titular da pasta da Saúde disse que, em 2025, o programa será alargado à
população idosa na ilha de São Miguel e à população jovem, com “um
concurso, um jogo de tabuleiro e um programa de televisão, cujo mote
será ‘prevenir é o melhor remédio’”.O
programa mais atrasado é o da Promoção da Integração de Cuidados, cuja
implementação depende em muitas ações de programas informáticos, mas
também neste caso já há avanços, segundo Mónica Seidi.“A
plataforma teste do MUSA [Modelo Único de Saúde dos Açores] será
lançada já na sexta-feira, num ambiente fechado, para testar as
diferentes funcionalidades e depois de forma faseada serão adicionadas
outras valências à plataforma. Até setembro de 2025 tem de estar
finalizada e com 25 mil acessos, que são a meta A do Hospital Digital”,
adiantou.O Programa da Promoção da
Integração de Cuidados tem como metas a redução da taxa de internamentos
evitáveis por insuficiência cardíaca e acidentes vasculares cerebrais
em 15% e a redução da percentagem de reinternamentos pela mesma causa um
ano após o primeiro internamento em 10%.Já
o Programa de Combate às Doenças Oncológicas, uma das principais causas
de morte na região, pretende aumentar a prevenção, promovendo hábitos
de vida saudáveis, na alimentação, exercício físico e exposição solar e
combatendo o consumo de álcool e tabaco.Prevê
também aumentar a deteção precoce, implementando o rastreio ao cancro
do pulmão e aumentando as taxas de adesão aos rastreios já existentes
para valores acima de 75% no cancro da mama, de 70% no cancro do colo do
útero, de 65% no cancro da cavidade oral e de 50% no cancro do cólon e
reto.O Programa para o Acompanhamento e
Melhoria da Mortalidade Infantil quer reduzir a taxa de mortalidade
infantil para valores abaixo os 3%, numa primeira fase, e idealmente
para valores abaixo dos 2,5%.Em 2023, os Açores eram a terceira região do país com esta taxa mais elevada, situando-se nos 2,9%.Já
o Programa de Prevenção e Controlo das Doenças Não Transmissíveis
pretende reduzir a incidência destas doenças nos Açores, através de
medidas como a melhoria do acesso aos cuidados de saúde, a promoção da
literacia em saúde e o incentivo à prática da atividade física regular.As doenças cardiovasculares são a segunda causa de morte mais frequente nos Açores.