Iniciada instalação da rede de monitorização da instabildiade geomorfológica da Fajãzinha
7 de nov. de 2017, 19:15
— LUSA/AO online
“Este modelo de
monitorização foi desenvolvido e será executado por duas entidades do
Governo dos Açores, a Direção Regional do Ambiente e o Laboratório
Regional de Engenharia Civil, e vai permitir monitorizar a deformação
profunda e superficial do solo e a pressão de água que atua ao nível dos
planos de rotura aqui na Fajãzinha, recorrendo a diversos métodos, como
por exemplo, os topográficos, os geotécnicos e os hidrológicos”,
explicou a secretária regional da Energia, Ambiente e Turismo, Marta
Guerreiro.A
freguesia da Fajãzinha, no concelho das Lajes das Flores, encontra-se
inserida numa grande plataforma com declives na ordem dos 07 a 20 graus,
limitada por uma imponente escarpa de declives verticais e subverticais
que atinge a cota máxima de 653 metros e raramente desce abaixo dos 350
metros.Ao
longo dos anos tem-se verificado nesta freguesia a ocorrência de um
fenómeno natural – movimento de vertente - que se traduz em deformações
visíveis nas construções e pavimentos, bem como roturas em tubagens de
canalizações.Marta
Guerreiro considerou que medidas como esta rede “dotam o Governo dos
Açores de mecanismos de avaliação e acompanhamento da evolução da
perigosidade geomorfológica, salvaguardando, sempre, e em primeira
instância, a segurança de todos os açorianos e dos respetivos bens”.“São
medidas como esta que nos permitem atuar no campo da prevenção, com
acesso a informações fundamentais no apoio à tomada de decisão e,
consequentemente, contribuir para a mitigação dos riscos naturais
associados”, adiantou a governante.A
rede hoje apresentada integra um Sistema de Monitorização das Zonas de
Risco dos Açores, denominado “AZMONIRISK”, que possibilita “um trabalho
profundo nas principais áreas vulneráveis do arquipélago, identificadas
como instáveis e com necessidade de monitorização, para já, nas ilhas de
Santa Maria e das Flores e, a prazo, em São Miguel, no Pico e em São
Jorge”, adiantou Marta Guerreiro.“A
importância deste sistema, onde se inclui o projeto da Fajãzinha,
decorre do reconhecimento do papel preponderante que os movimentos de
vertentes, enquanto perigo geológico, têm no território açoriano, por
vezes com consequências dramáticas, no que respeita à perda de vidas
humanas, para além dos bens económicos, culturais e sociais”, observou
ainda.A rede
geodésica, cuja conclusão está prevista para sexta-feira, contempla uma
estação total de alta precisão recetora de dados de 29 alvos refletores
distribuídos pela freguesia, que vai integrar medições pontuais.Quanto à rede geotécnica e hidrológica, cuja instalação ainda não tem data, vai fazer leituras permanentes.Para
Marta Guerreiro, com este projeto para a Fajãzinha, o executivo
açoriano pretende “desenvolver um sistema de informação e de apoio à
monitorização e gestão do território, em especial das zonas
identificadas como instáveis”, assim como “aumentar o conhecimento da
evolução das situações de risco, de modo a contemplá-las nos processos
de planeamento”.Acresce
a avaliação dos “locais identificados como instáveis com vista ao apoio
à tomada de decisão, bem como à mitigação dos riscos” e “aumentar a
capacitação das entidades públicas com responsabilidades na prevenção,
adaptação e gestão de ocorrências de movimentos de vertente”, referiu a
responsável.