Infiltrações colocam em risco teto da Igreja do Bom Jesus
Hoje 10:15
— Nuno Martins Neves
O teto pintado da Igreja do Bom Jesus, na Vila de Rabo de Peixe, está em
risco, devido às infiltrações de água no telhado. O alerta foi dado
esta semana pelo padre da paróquia, Marco Luciano, numa publicação na
rede social Facebook, apelando a que a comunidade e as entidades
públicas atuem no sentido de preservarem o que classifica de “um dos
mais belos tesouros artísticos” do património religioso açoriano.“São
obras únicas, cheias de história, de cor e de fé, que há décadas
enriquecem este grande templo dedicado ao Senhor Bom Jesus. Contudo,
encontram-se hoje gravemente ameaçados pelas infiltrações na cobertura
principal”, escreve o padre natural de São Jorge e que foi nomeado
pároco de Rabo de Peixe, ouvidoria da Ribeira Grande.Marco Luciano
considera ser “urgente agir, proteger e restaurar” o teto da igreja que
demorou 150 anos a ser construída: iniciada em 1560, só em 1735 ficou
finalizada, tendo sido alvo de “grandes obras de remodelação” em 1989,
de acordo com a informação presente no site da igreja.“Se nada
fizermos, corremos o risco real de perder para sempre estes tetos
emblemáticos, que são parte viva da identidade da nossa comunidade. Na
semana passada, mais uma área cedeu, obrigando a interditar uma zona da
igreja para garantir a segurança dos fiéis que ali celebram a fé”.Perante
este cenário, o pároco Marco Luciano lança um apelo aos paroquianos,
instituições e povo de Rabo de Peixe, pedindo-lhes que se unam “nesta
causa com determinação e sentido de missão, para que este nosso precioso
património não se perca, mas continue a inspirar as gerações futuras
com a sua grande beleza”.Mas não só: apela ao Governo Regional dos
Açores que atue de forma “imediata e eficaz” para travar as infiltrações
e “garantir a recuperação integral deste tesouro artístico”; à Câmara
Municipal da Ribeira Grande, para que disponibilize meios e se coloque
“ao lado da comunidade nesta urgência inadiável”; e à Junta de Freguesia
de Rabo de Peixe, para que “continue a lutar connosco e que reforce
este clamor junto das instâncias competentes”.O pároco não quer
deixar que “o silêncio ou a demora sejam cúmplices da perda”,
considerando que este é o “momento de agir, com coragem, com urgência e
com amor ao nosso património”.