Infeções respiratórias e excesso de mortalidade continuam a aumentar em Portugal
Hoje 12:12
— Lusa/AO Online
Segundo o
Boletim de vigilância epidemiológica da gripe e outros vírus
respiratórios do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), a
taxa de incidência das infeções respiratórias agudas graves manteve
“uma tendência crescente” na semana 50 (8 a 14 dezembro), sendo os
grupos etários dos 65 ou mais anos e dos 0-4 anos os que apresentam
valores mais elevados.Nesta semana, a
mortalidade por todas causas registou valores acima do esperado em
Portugal, tendo sido identificados excessos de mortalidade nas regiões
Norte, Centro e Algarve, em ambos os sexos e nas pessoas com mais de 75
anos.Desde o início da época de vigilância
da gripe, na semana 40/2025 (29 de setembro a 05 de outubro), os
laboratórios da Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da
Gripe e Outros Vírus Respiratórios (hospitais) notificaram 38.469 casos
de infeção respiratória e 5.587 casos de gripe. Na semana passada, foram identificados 1.269 casos positivos para o vírus da gripe, dos quais 1.267 do tipo A e 2 do tipo B.Segundo
o boletim, foram reportados 16 casos de gripe pelas 14 Unidades de
Cuidados Intensivos (UCI) que enviaram informação, tendo sido
identificado o vírus influenza A(H3) em dois casos, o A(H1) em um caso e
um A não subtipado em 13 casos. “Verificou-se
que sete doentes tinham 65 ou mais anos, cinco tinham 55-64 anos e três
tinham 45-54 anos de idade (grupo etário desconhecido num caso)”,
sublinha. Do total de casos, 13 tinham
doença crónica subjacente e 14 tinham recomendação para vacinação contra
a gripe sazonal, três dos quais estavam vacinados (estado vacinal
conhecido em 12). Nesta semana, a proporção da gripe em UCI foi de 14,3%, tendo aumentado face à semana anterior (4,0%).Desde
o início desta época, foram também identificados outros agentes
respiratórios em 2.972 casos, sendo que na semana em análise no boletim
hoje divulgado foram identificados 276 casos, sendo o Vírus Sincicial
Respiratório (RSV) e os Rinovirus/Enterovirus os mais frequentemente
detetados.De acordo com o INSA, foram
registados níveis baixos de atividade de RSV no que se refere aos
internamentos em crianças menores de 24 meses na semana em análise.Analisando
a situação internacional, o INSA refere que o número de doentes que
procuraram os cuidados de saúde primários com sintomas de doença
respiratória aguda foi elevado em aproximadamente metade dos países que
reportaram dados, indicando que existe atualmente uma circulação
significativa de vírus respiratórios na União Europeia e no Espaço
Económico Europeu (UE/EEE). “A circulação
do vírus da gripe continua a aumentar, com a maioria dos países a
reportar uma atividade gripal generalizada de intensidade baixa a
média”, refere o INSA, indicando o influenza A é dominante em todos os
países, com o A(H3N2) a impulsionar a tendência de aumento nas últimas
semanas. Segundo o INSA, a circulação é
maior nas crianças dos 5 aos 14 anos, observando-se um aumento dos
internamentos em alguns países, afetando todos os grupos etários, mas
principalmente os adultos com 65 ou mais anos. A atividade da gripe aumentou três a quatro semanas mais cedo do que nas duas épocas anteriores.