INEM passa a estar na dependência direta da ministra da Saúde
12 de nov. de 2024, 18:02
— Lusa/AO Online
“O
INEM passou a estar debaixo da minha dependência direta desde há dois
dias porque é uma matéria de uma prioridade enorme como se está a ver”,
adiantou Ana Paula Martins, depois de se ter reunido com os responsáveis
do instituto, em Lisboa.Segundo referiu, o
INEM era uma prioridade quando o atual Governo entrou em funções, mas,
“por todo ao alarme social que tem causado nos últimos dias”, é
necessário devolver a confiança à população no sistema.Questionada
se o facto de chamar a si a dependência direta do INEM é o
reconhecimento de que a secretária de Estado da Gestão da Saúde ignorou
os alertas dos sindicatos sobre os impactos da greve da última semana, a
ministra afirmou que a sua decisão “é apenas o reconhecimento” de que o
assunto é importante, urgente e prioritário.Perante
isso, “o meu tempo no meu dia-a-dia tem de ser dedicado em mais de 70% a
resolver os problemas do INEM”, salientou a ministra da Saúde.Em
declarações aos jornalistas após a reunião, Ana Paula Martins reiterou
ainda que o INEM tem necessidade de pelo menos 400 técnicos nos próximos
meses e que as duas greves que decorreram em simultâneo em 04 de
outubro geraram “uma grande incapacidade de resposta e ansiedade”.“Assim
que me apercebi desta situação, imediatamente, tomei uma solução em
mãos e resolvi o que havia para ser resolvido”, disse a governante, ao
salientar que o ministério está “absolutamente determinado” em encontrar
as soluções que o instituto necessita.Ana
Paula Martins recordou que estão a decorrer inquéritos do Ministério
Público e da Inspeção-Geral de Atividades em Saúde (IGAS), manifestando o
desejo que essas investigações possam trazer resultados o mais breve
possível e “mostrar o que é que se passou com as situações adversas”.“A
minha tarefa neste momento é garantir que a situação que vivemos
noutros anos e que vivemos recentemente não se volta a passar”,
salientou a ministra da Saúde, ao referir que os médicos do INEM vão ver
atualizado o seu valor-hora e que será feita uma extensão da dedicação
plena aos clínicos do instituto.As mortes
de 11 pessoas alegadamente associadas a falhas no atendimento do INEM
motivaram a abertura de sete inquéritos pelo Ministério Público (MP), um
dos quais já arquivado. Há ainda um inquérito em curso da
Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).A
demora na resposta às chamadas de emergência agravou-se durante a greve
de uma semana às horas extraordinárias dos técnicos de emergência
pré-hospitalar, que reclamam a revisão da carreira e melhores condições
salariais.A greve foi suspensa após a assinatura de um protocolo negocial entre o Governo e o sindicato do setor.