INEM começa a aplicar alterações operacionais na próxima semana
10 de dez. de 2025, 16:50
— Lusa/AO Online
Esta
reorganização operacional assenta no diagnóstico que foi feito
recentemente pela Comissão Técnica Independente, nomeada pelo Governo
para estudar e propor medidas para a refundação do Instituto Nacional de
Emergência Médica (INEM), mas também nas conclusões das auditorias da
Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) e da Inspeção-Geral de
Finanças, adiantou o presidente do instituto à agência Lusa.O
relatório da Comissão Técnica Independente “é mais uma peça do puzzle”
das alterações operacionais que vão ser implementadas e que foram já
apresentas à comissão de trabalhadores e aos dirigentes do INEM para
recolher contributos nos próximos dias, salientou Luís Mendes Cabral.A
refundação do instituto, que tem sido anunciada pelo Governo, implica
ainda uma alteração na estrutura e na orgânica do INEM, uma competência
do Ministério da Saúde, que pretende avançar com o decreto-lei com esse
objetivo até final de janeiro de 2026.Segundo
Luís Mendes Cabral, as alterações operacionais pretendem fazer com que o
“INEM volte à sua missão principal”, tendo em conta que os portugueses
avaliam o socorro através da capacidade do instituto de atender as
chamadas e de enviar uma ambulância nos tempos definidos pela triagem.Na
sexta-feira, o presidente do INEM defendeu que a refundação do
instituto que assegura a emergência médica pré-hospitalar deve ser
célere, alertando que quem resistir à mudança não será incluído nesse
processo.“É minha vontade incluir todos os
que queiram fazer parte do novo INEM. No entanto, também é minha
obrigação garantir um processo de refundação célere, pelo que quem
decidir ficar imóvel, ou for uma resistência à mudança, sem fundamento,
ficará no antigo INEM”, escreveu Luís Mendes Cabral numa mensagem
enviada aos trabalhadores.O relatório da
Comissão Técnica Independente, que já está na posse do Ministério da
Saúde, alerta que o serviço de emergência pré-hospitalar apresentava
deficiências de comando, controlo e auditoria.“Persiste
na organização uma atitude de não reconhecimento do fracasso do modelo
de governação e de gestão estratégia, com sucessivas alterações de
objetivos e metas, sem preparação e sem planeamento prévio ou avaliação
do impacto”, concluiu o documento.A
comissão detetou ainda a “progressiva deterioração nos indicadores de
desempenho”, ou seja, dos tempos de atendimento das chamadas e do número
das chamadas perdidas, assim como uma “grande assimetria” nos tempos de
resposta e acionamento de meios nas regiões litorais e interiores.Perante
este diagnóstico, a Comissão Técnica Independente propôs que os meios
diferenciados do serviço de helicópteros de emergência médica, das
viaturas médicas de emergência e reanimação (VMER) e de suporte imediato
de vida (SIV) “devem ser alocados às unidades locais de saúde”,
alegando que isso representaria uma “partilha de recursos e vantagens de
carreira”.“Os meios de suporte básico de
vida [ambulâncias] devem ser contratados a entidades externas públicas,
privadas, sociais ou outras”, avança o relatório, que defende que, na
área da saúde e da emergência pré-hospitalar, “deve existir uma linha
única de atendimento, com coordenação médica centralizada e que junta os
recursos do atual CODU e da Linha SNS 24”.