Indústria automóvel vai crescer em 2018 "ao ritmo atual”
25 de out. de 2017, 18:36
— Lusa/AO online
"O setor nos últimos cinco
anos tem evoluído muito bem, tem crescido. As empresas têm investido e
exportado cada vez mais. Também assistimos a novas empresas a
instalar-se. E, de acordo com as informações que nos chegam do setor,
para o próximo ano e ano seguinte as perspetivas são muito boas, de
continuação do crescimento", disse o presidente da AFIA, Tomás Moreira.De
acordo com o responsável, "o setor tem crescido a uma média de 6% a 7%
ao ano": "E pensamos que poderá continuar a crescer a esse ritmo e
inclusivamente com criação de postos de trabalho. O setor está a
recrutar. Há a garantia de que no próximo ano o setor vai continuar a
contribuir para o aumento do emprego em Portugal", disse, em declarações
à Lusa sobre diagnóstico sobre este setor de atividade.Tomás
Moreira considerou que "o país é competitivo em qualidade, preço e
serviço", mas apontou que "as empresas enfrentam, em algumas
especialidades, dificuldades de encontrarem no mercado os profissionais
de que necessitam".Nesse sentido e para ultrapassar essas
dificuldades, o presidente da AFIA vincou que "a formação é uma
obrigação do Estado mas também uma tarefa das associações empresariais,
das empresas e das próprias pessoas"."Temos de ajustar os
desempregados no mercado. Portugal está com um nível de desemprego
elevado mas por outro lado há carências. O esforço é de formar e
preparar as pessoas que estão desempregadas para as tarefas que as
empresas necessitam. Este é um esforço coletivo que deve ser de toda a
sociedade: Estado, associações, empresas e das pessoas individualmente",
disse Tomás Moreira.O responsável da AFIA falava à agência Lusa
no âmbito de um evento que reúne em Leça da Palmeira, no distrito do
Porto, mais de seis dezenas de empresas, sendo o tema principal do
encontro a temática dos Recursos Humanos.Esta tarde foram
apresentadas as conclusões de um questionário feito a 61 empresas do
setor, tendo o diretor da AFIA, Adolfo Silva, apontado que "o emprego
criado é tendencialmente estável por oposição à precariedade que se
verifica em outros setores" e que "há uma tendência para emprego
crescente a nível de quadros e funções técnicas".A análise também
revelou que cerca de 75% dos empregados na indústria automóvel tem
escolaridade acima do 9.º ano e que a maioria das empresas tem parcerias
com universidades e/ou centros de formação.Segundo Adolfo Silva
também fica patente no estudo que "há dificuldade na retenção de perfis
técnicos qualificados" e que a "percentagem de pessoas que recebem o
salário mínimo nacional singelo é diminuta porque acresce ao salário
mínimo o subsídio de turno e/ou remuneração variável"."As
empresas estão despertas para os desafios que têm pela frente na
liderança dos seus recursos humanos, ou seja, num quadro de mudança e
globalização, estão cientes de que têm de motivar e fidelizar os seus
colaboradores", concluiu o diretor da AFIA.Dados apresentados
hoje mostram também que há mais de 220 empresas ligadas a este setor
atualmente em Portugal, as quais em 2016 faturaram nove mil milhões de
euros, dos quais 7,6 mil milhões foram para exportação, o que
corresponde a 85% em termos globais num setor que emprega mais de 47.000
pessoas.