Incógnitas ‘assombram’ Nadal, Djokovic e companhia em Paris
Roland Garros
24 de mai. de 2024, 15:21
— Lusa/AO Online
O segundo
major da temporada leva, a partir de domingo, à terra batida parisiense a
nata do ténis mundial, com os 10 melhores do mundo a não faltarem à
chamada, mas a 123.ª edição do torneio será porventura uma das que
suscita maiores dúvidas e se afigura mais aberta.Outrora
inquestionável o domínio do esquerdino Nadal, hoje são mais as
incógnitas do que as certezas que assolam a participação do espanhol em
Roland Garros, cujo quadro principal decorre entre 26 de maio e 09 de
junho na capital francesa, onde Nuno Borges representará o ténis
português na prova de singulares e pares e Francisco Cabral apenas nas
duplas.O antigo número um mundial está a
fazer a última temporada como profissional, depois de um ano de
interregno a debelar uma lesão e de ter falhado, em 2023, Roland Garros
pela primeira vez desde a estreia em 2005 e, este ano, só disputou o ATP
250 de Brisbane antes da temporada em terra batida, que não tem corrido
particularmente bem, com derrotas na segunda ronda do ATP 500 de
Barcelona, onde venceu 12 vezes, nos oitavos de final do Masters de
Madrid e na segunda eliminatória do Masters 1.000 de Roma.Apesar
de ter garantindo que só entra em ‘court’ se se sentir competitivo, é
aguardado o regresso e a eventual despedida na catedral da terra batida
do maiorquino, que, segundo o sérvio Novak Djokovic, não pode ser
desconsiderado, até pelo seu historial em território francês.“Depois
de tudo o que ele fez em Roland Garros é normal e uma questão de
respeito colocá-lo como grande favorito. Obviamente que é diferente o
seu nível de jogo, mas é Roland Garros e é Nadal. Depois dele, talvez
eu, se me sentir bem e jogar bem”, defende o tenista de Belgrado,
recordista do Grand Slam, com 24 títulos conquistados.Mesmo
considerando ser esta edição muito aberta em relação a eventuais
candidatos, o campeão em título, de 37 anos, aponta o norueguês Casper
Ruud, número sete do mundo e finalista nos últimos dois anos, como o
jogador em melhores condições para chegar à glória.“Está
tudo mais aberto. Mas Casper Ruud é, seguramente, um dos candidatos a
vencer. Depois há Alexander Zverev, Andrey Rublev e Stefanos Tsitsipas,
que ganharam um torneio importante nesta superfície. Mas, quando falamos
em Roland Garros e Nadal está lá, é sempre ele o maior favorito, para
mim”, acrescentou, referindo-se ao triunfo do alemão na capital
italiana, do russo em Madrid e do grego no Mónaco.Eliminado
nas meias-finais do Masters 1.000 de Monte Carlo, por Ruud de 25 anos,
e na terceira ronda em Roma, pelo chileno Alejandro Tabilo, o tenista
de Belgrado sentiu necessidade de, pela primeira vez, jogar esta semana
no ATP 250 de Genebra.“Sinto que neste
momento não há melhor forma de treinar do que jogar. Sinto que preciso
de mais encontros, mesmo que seja um, dois, três ou oxalá quatro. É bom
para mim, porque é a maneira de tentar encontrar a melhor forma para
Roland Garros”, confessou Djokovic.Assim
como o líder do ‘ranking’ ATP, que se tem revelado irregular esta época,
Carlos Alcaraz, semifinalista há um ano, e Jannik Sinner, campeão do
Open da Austrália, também não se apresentam na melhor fase da temporada,
mas não deixam de integrar o lote de favoritos.Após
o desaire nas meias-finais em Monte Carlo e da desistência nos quartos
de final em Madrid, o jovem italiano, de 22 anos, resignou ao Masters
1.000 de Roma para recuperar de uma lesão na anca direita, tal como o
espanhol, um ano mais jovem, com um problema no braço direito. De volta
aos treinos, estão já ambos na capital francesa, onde ambicionam voltar
aos bons resultados.Na prova feminina, a
polaca Iga Swiatek é quem mais gera consenso nos prognósticos. Tricampeã
de Roland Garros, em 2020, 2022 e 2023, a número um do mundo regressa,
este ano, ao pó de tijolo francês com uma dose extra de motivação e
confiança, graças aos recentes triunfos em Madrid e Roma.Eliminada
nas meias-finais no WTA 500 de Estugarda, pela cazaque Elena Rybakina,
Swiatek, de 22 anos, não cedeu mais perante nenhuma adversária,
derrubando pelo caminho jogadoras como as norte-americanas Coco Gauff
(3.ª WTA) e Madison Keys (18.ª WTA) e a brasileira Bia Haddad Maia (11.ª
WTA), entre outras, para arrecadar os troféus do Open de Madrid e do
WTA 1.000 de Roma.Tanto numa prova como na
outra, a finalista vencida foi a bielorrussa Aryna Sabalenka, número
dois do mundo, que é apontada como uma das mais fortes candidatas a
poder destronar a polaca e conquistar o terceiro título do Grand Slam,
primeiro em Roland Garros.