Incidente com comboio na linha de Sintra resultou de "conjugação de vários fatores"
3 de mar. de 2023, 12:47
— Lusa/AO Online
"O
incidente que ocorreu na quarta-feira resultou de uma
conjugação de vários fatores. Em primeiro lugar, era hora de ponta
(...). Depois, naturalmente, como o efeito da greve, estavam a funcionar
os serviços mínimos e havia um menor número de comboios", disse o
secretário de Estado, Frederico Francisco, em declarações à Lusa.Além
disso, continuou o governante, o comboio "vinha com um atraso
significativo porque no itinerário anterior, em sentido inverso" houve
uma pessoa que se sentiu mal a bordo e que teve de ser assistida, o que
levou a uma maior acumulação de pessoas nas estações e maior ocupação
daquele comboio do que seria de esperar.Em
causa, um comboio da CP que seguia lotado na quarta-feira, dia de greve
na empresa, que ficou parado mais de uma hora a um quilómetro da
estação de Benfica, em Lisboa, com alguns passageiros a sentirem-se mal e
a optarem por fazer o resto do caminho a pé.Segundo
o secretário de Estado, neste caso a CP "assume as responsabilidades
que tem de assumir" e, perante a ocorrência, a empresa "tomou as
providências que tinha a tomar". "Foram
imediatamente chamadas as autoridades ao local para garantir a segurança
das pessoas que estavam a sair para a linha", realçou Frederico
Francisco, sublinhando que "todas as respostas que tinham de funcionar,
funcionaram" e que nunca esteve em causa a segurança dos passageiros. Na
sequência do incidente será feita "uma avaliação interna para verificar
se alguma coisa correu mal e que medidas é que podem ser tomadas para
evitar que se repitam situações destas no futuro", disse ainda o
governante.O Governo vai "continuar a
acompanhar e, caso seja necessário, a intervir nas negociações" entre os
sindicatos e a administração da CP com vista a encontrar uma solução
"aceitável" para ambas as partes, afirmou o secretário de Estado,
afastando "de todo" a hipótese de uma requisição civil para travar as
greves na CP.Questionado sobre se o
incidente na linha de Sintra estaria relacionado com uma fraca oferta de
comboios, como referem alguns sindicatos, o secretário de Estado
considerou que neste momento a empresa está a conseguir dar resposta à
procura, embora ela tenha aumentado nos últimos anos."Já
conseguimos recuperar mais oito automotoras para reforçar o serviço
naquela linha e a verdade é que a situação que havia há dois, três anos,
em que havia um grande número de supressões diariamente de comboios e
que nos causavam dificuldades, provocavam algumas situações de comboios
muito lotados, elas hoje em dia, em dias sem greve, em dias de operação
normal, elas não ocorrem", afirmou Frederico Francisco.Segundo
o secretário de Estado, o Governo está a fazer investimentos face ao
aumento da procura, dando como exemplo "a quadruplicação do troço da
linha de cintura entre Roma Areeiro e Braço de Prata" e com "o concurso
para os 117 novos comboios que irão reforçar as linhas da CP.A
adjudicação do concurso deverá ocorrer "dentro de um mês ou dois, no
máximo" para que os novos comboios "possam começar a chegar a partir de
2026", disse o governante.A CP divulgou
hoje, em comunicado, que iniciou uma avaliação interna sobre o
incidente, explicando que, pelas 19:43 de quarta-feira, um passageiro
acionou o sinal de alarme do comboio que fazia a ligação Lisboa-Sintra e
que “circulava com a lotação completa”.O comboio parou entre as estações de Campolide e Benfica, a cerca 700 metros da estação, referiu a empresa.Este
comboio estava previsto nos serviços mínimos decretados para a greve de
quarta-feira e circulava “com um atraso de 45 minutos em consequência
do auxílio prestado a passageiros na viagem imediatamente anterior”,
salientou a CP.