Os
internamentos em Unidades de Cuidados Intensivos mantêm “uma tendência
estável” e a mortalidade reduziu, mantendo também “uma tendência
estável”, para um valor inferior ao linear determinado pelo Centro
Europeu de Controlo e Prevenção de Doença ECDC (na sigla em inglês), de
20 óbitos a 14 dias por 100 mil habitantes, afirmou Pedro Pinto
Leite, da Direção-Geral da Saúde, na reunião do Infarmed, em Lisboa.Segundo
o especialista, o número de internamentos total encontrava-se em 1.167
camas na semana passada (que terminou a 02 de janeiro), o que
corresponde a mais 28% relativamente ao período homólogo, apresentando
uma tendência crescente. No entanto, o
número de camas em Unidades de Cuidados Intensivos manteve-se perto das
140, 150 camas com uma tendência estável e correspondendo a 58%
relativamente ao nível de alerta determinado na Linha Vermelha (255
camas), afirmou na reunião que junta peritos e políticos para avaliar a
situação epidemiológica no país. Pedro
Pinto Leite salientou que Portugal está “numa fase diferente da
pandemia” caracterizada pelo número de novos casos mais elevado desde o
seu início. “Temos valores históricos
desde o início da pandemia”, disse, especificando que a incidência
cumulativa a 14 dias por 100.000 habitantes encontra-se nos 2.007 casos
na semana passada, um valor que corresponde a mais de 131% relativamente
ao período homólogo de 2021. Segundo o
perito, este aumento de incidência traduz-se numa “tendência fortemente
crescente” com uma média diária de cerca de 21 mil casos na semana
passada. Analisando a situação por
região, adiantou que se observa uma incidência fortemente crescente em
todas as regiões do país, com destaque para a região de Lisboa e Vale do
Tejo e a Região Autónoma da Madeira.
Por grupos etários, Pedro Pinto Leite adiantou que o grupo dos 20 aos 29
anos mantém-se como o grupo etário com maior incidência, seguido dos 30
aos 39 anos e depois os grupos progressivamente mais novos. O grupo dos 60 aos 79 anos ultrapassou a incidência de 960 casos por 100 mil habitantes.
Quanto aos internamentos, referiu que Lisboa e Vale do Tejo, a
região com a primeira introdução da Ómicron no país, os números de
internamentos totais aumentaram em cerca de mais de 50%, embora o número
de internados em Unidades de Cuidados Intensivos se mantenha estável.
Relativamente ao risco de internamento por grupo etário, mantém-se
inferior nos grupos com a vacinação completa, sendo cerca de 2 a 6 vezes
menor nos grupos etários acima dos 50 anos.
Segundo Pedro Pinto Leite, “há um risco de morte substancialmente
inferior nos grupos e nos indivíduos com o esquema vacinal completo”.
Exemplificou que no grupo etário dos 80 e mais anos por cada 100
casos que não estivessem vacinados com a vacinação completa cerca de 27
morriam. Com a dose de reforço, esse número baixa de cinco para cada
100. Relativamente à testagem, Pedro
Pinto Leite adiantou que, na última semana, correspondeu à semana com
maior número de testes realizados, cerca de 1,7 milhões de testes,
observando-se também um aumento na proporção de positividade, com cerca
de 10%, um valor superior ao valor de referência de 4% para o ECDC.