Inatel promove cultura tradicional em 15 localidades portuguesas até outubro
Iniciativa começa esta quinta-feira, em Angra do Heroísmo
8 de mai. de 2019, 18:30
— Lusa/AO Online
“Pegamos
na vertente mais tradicional na Fundação Inatel, que é promover a
cultura popular portuguesa, muito relacionada com as questões
etnográficas e as sociedades musicais e filarmónicas, mas também tem um
outro objetivo que é fazer passar por estes palcos grupos que sobre a
música tradicional vão inovando e vão regenerando essa música
tradicional”, adiantou, em declarações à Lusa, o presidente da Fundação
Inatel, Francisco Madelino.A iniciativa começa esta quinta-feira, em Angra do Heroísmo, nos Açores, onde durante
três dias estão previstas atuações de grupos folclóricos e filarmónicas
locais, mas também de grupos que se inspiram na música tradicional para
criar algo diferente, como os Omiri, que juntam imagens e sons da música
tradicional com o ‘electrofolk’, ou os Recanto, que cruzam canções
populares europeias com a herança céltica do norte do país.O
programa inclui ainda a exibição do documentário “Sinfonia Imaterial”,
de Tiago Pereira, que resulta de um levantamento da música tradicional
portuguesa, jogos tradicionais e a leitura de contos infantis pelo grupo
de teatro Alpendre.Até outubro, a quarta
edição do festival Popular na Rua vai chegar a outras 14 localidades em
Portugal: Chaves, Vendas Novas, Seia, Covilhã, Guimarães, Castelo
Branco, Tavira, Coimbra, Beja, Lisboa (Parque das Nações, Ajuda e
Estrela), Porto e Portalegre. Francisco
Madelino disse que o público tem aderido ao festival “de forma muito
natural, com uma grande alegria e com uma forte participação”, o que
considerou ser uma prova do enraizamento da cultura portuguesa. “As
culturas quando são fortes e quando têm um profundo enraizamento na
vida das pessoas, naturalmente elas reagem contra processos de
estandardização”, avançou.O presidente da
Fundação Inatel defendeu que a cultura tradicional portuguesa “tem-se
mantido, porque tem enraizamento no povo e, por outro lado, porque se
vai regenerando permanentemente”. “Sempre
que há fenómenos de globalização ou de risco da nossa cultura, o povo
português reage e quando está no estrangeiro de forma ainda maior. E
temos vindo a ver pelas novas gerações a recuperação e a participação
forte nestas questões, em que o fado e o cante alentejano são exemplo”,
salientou.