Ilha Terceira e Porto promovidos em conjunto no mercado norte-americano
11 de out. de 2024, 15:20
— Lusa/AO Online
“Sentimos
que aquilo que nos unia historicamente era muito e que existia um
potencial muito grande aqui que podia ser explorado como um produto
turístico diferenciador, único nos Açores. É a primeira vez que se faz a
estruturação de um produto desta forma e tentando alavancar dois
destinos, combinando aquilo que eles têm de melhor”, afirmou o
presidente da Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo (CCAH), Marcos
Couto, numa conferência de imprensa, na Aerogare Civil das Lajes, na
ilha Terceira.A ideia surgiu na Global
Exploration Summit (Glex), que este ano se realizou em Angra do
Heroísmo, na ilha Terceira, e na cidade do Porto.As
duas cidades têm em comum o facto de serem património mundial da
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(UNESCO), o papel que ambas tiveram na guerra civil entre liberais e
absolutistas em Portugal, a gastronomia e o vinho.Foi
com base nestas semelhanças que a associação empresarial e o
município criaram um roteiro, para “turistas que não procuram o banal” e
que querem conhecer a história das duas cidades.O objetivo é mitigar a sazonalidade do turismo e consolidar o mercado norte-americano nos dois destinos.“Temos
o mesmo desafio que é colmatar a sazonalidade. Apesar de neste momento o
mercado norte-americano ser o segundo mercado da cidade do Porto, nós
queremos de facto consolidar. Nós procuramos a atração de mercados com
elevado poder de compra e os Estados Unidos são sem dúvida aquele
mercado que queremos consolidar”, explicou a vereadora da Câmara
Municipal do Porto com o pelouro do Turismo, Catarina Santos Cunha.A Azores Arlines já ligava
semanalmente a ilha Terceira a Boston e há três semanas anunciou uma
rota semanal para Nova Iorque, na época baixa.A ilha tem também seis ligações semanais ao Porto no inverno, quatro da Azores Airlines e duas da Ryanair.Estas
ligações permitem oferecer no mercado norte-americano pacotes de sete
ou 14 dias de férias, divididos entre a ilha Terceira e o Porto.Se as duas rotas dos Estados Unidos registarem 100% de ocupação, são esperados cerca de 400 turistas por semana.O anúncio tardio do voo pode, no entanto, condicionar a taxa de ocupação, segundo Marcos Couto.“O
produto em si tem consistência, mas as ligações não têm tido. Apesar
das dificuldades de um lançamento extremamente tardio de um voo como
este, estamos convictos de que iremos conseguir ultrapassar essas
dificuldades e trabalhar para que o voo seja um sucesso”, frisou.O
presidente da CCAH defendeu a importância de o voo ter
continuidade para a consolidação dos destinos, mas não confirmou ter
garantias da Azores Airlines de que manterá a rota.“Um
produto desta qualidade, com uma aposta devidamente estruturada como
nunca existiu, quero acreditar que a companhia entenderá o nosso
esforço”, apontou.Também Catarina Santos
Cunha sublinhou que “só a consistência traz resultados”, alegando que a
operação “não pode ser uma vez no inverno”.“Estamos fortemente empenhados em fazer deste ‘stopover’ algo que perdure não só neste inverno, mas nos próximos”, salientou.Questionado sobre o montante envolvido na campanha, o presidente da associação empresarial não revelou valores.“É
um investimento conjunto entre Câmara do Porto e o Governo dos Açores
e, neste momento, o que estamos a fazer é a fechar esse caderno”, disse.