Ilha Terceira com 8.000 utentes sem médico de família
27 de jul. de 2022, 16:38
— Lusa/AO Online
“Ainda não
resolveríamos o problema, ficaríamos muito próximo disso”, afirmou o
titular da pasta da Saúde nos Açores, Clélio Meneses, quando questionado
sobre se o número de vagas aberto seria suficiente para permitir que
todos os utentes da ilha tivessem médico de família.O
governante falava, em declarações aos jornalistas, à margem de uma
visita ao Centro de Saúde da Praia da Vitória, na ilha Terceira.A
segunda ilha mais populosa dos Açores, com aproximadamente 53 mil
habitantes, tem atualmente cerca de 8.000 pessoas sem médico de família
(7.000 no concelho de Angra do Heroísmo e 1.000 no concelho da Praia da
Vitória).Segundo Clélio Meneses, foram
contratados três médicos de medicina geral e familiar para a Unidade de
Saúde da Ilha Terceira e está a decorrer um concurso para a integração
de mais seis, mas até ao momento surgiram apenas três interessados.“Sendo
preenchidas as seis vagas, vamos dar um avanço grande para que todos os
terceirenses tenham médico de família, mas depende do concurso. Neste
momento, há três candidatos para seis vagas, vamos esperar que até ao
final do concurso apareçam mais candidatos”, adiantou, admitindo abrir
mais lugares posteriormente. Estão a
decorrer ainda concursos para “mais nove enfermeiros, três psicólogos e
nove assistentes operacionais, para além de outros profissionais” nesta
unidade de saúde.Desde que o executivo
açoriano de coligação PSD/CDS-PP/PPM tomou posse, em novembro de 2020,
foram contratados mais de 70 médicos para o Serviço Regional de Saúde.“Temos
mais 73 médicos de quadro do que tínhamos quando este governo tomou
posse, temos mais cerca de 240 enfermeiros do que havia na região quando
tomámos posse”, avançou o titular da pasta da Saúde.Clélio Meneses disse
que o Serviço Regional de Saúde se debate com “um conjunto de problemas
estruturais”, como a falta de recursos humanos, a falta de recursos
financeiros, problemas de organização e de infraestruturas.No
Centro de Saúde da Praia da Vitória, por exemplo, para além da falta
meios humanos, foram detetados problemas que o governante atribuiu a uma
“absoluta negligência na manutenção” do edifício, por parte do anterior
executivo (PS).“O ar condicionado não
funciona, há problemas na rede elétrica, na rede informática. Há um
conjunto vasto de problemas, até no parque automóvel da unidade de
saúde”, afirmou.Ressalvando que o problema
é comum às nove ilhas dos Açores, Clélio Meneses disse que estão já
previstas intervenções no Centro de Saúde da Praia da Vitória, sem
apontar prazos ou orçamentos.“Vai haver uma intervenção para corrigir alguns dos problemas. Por exemplo, há um buraco no teto”, frisou.