Corvo aguarda Marcelo para fim de ano mas mau tempo pode trazer imprevistos
30 de dez. de 2019, 18:10
— Pedro Primo Figueiredo /Lusa/AO Online
Quem
circular esta segunda-feira pela Vila do Corvo, a única da ilha e a mais pequena dos
Açores, pode ter dificuldade em acreditar nas previsões meteorológicas
para terça-feira: à tarde soalheira de hoje deve suceder-se um
agravamento do estado do tempo, nomeadamente ao nível do vento, o que
pode impedir o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, de aterrar a
tempo de passar o ano na ilha.O socialista
José Manuel Silva, presidente da autarquia de Vila do Corvo, é o
primeiro a admitir que "sem dúvida" que seria uma desilusão se Marcelo
não aterrasse no Corvo, depois da "euforia e da preparação" dos locais."As
pessoas estão a contar com ele. Ele fez questão de manter a sua vinda.
Se não se concretizar será uma desilusão, mas deixo o repto: se não for
desta vez, que seja noutra altura qualquer", declarou o autarca, falando
à agência Lusa e à TVI. O 'feeling' de
José Manuel Silva, face aos esperados 90 quilómetros por hora de ventos
cruzados, é que será "complicado" aterrar na ilha na terça-feira, mas "é
preciso ter fé" e "esperar". Sem
antecipar a ementa do jantar de ano novo, que deverá juntar mais de 200
pessoas no pavilhão da escola local, o autarca lá adiantou que será
servido um "prato típico" do Corvo, e haverá também garrafas do primeiro
espumante feito pela Adega Cooperativa do Pico.A
agência Lusa aproveitou ainda para falar com alguns turistas que se
encontram na ilha: um casal de japoneses e um grupo de amigos espanhóis,
por exemplo, foram esta tarde conhecer o caldeirão, o pedaço de
natureza mais emblemático do Corvo e um dos mais singulares dos Açores.O
casal nipónico, "trabalhadores de escritório em Tóquio", esteve em
Portugal continental antes de voar para São Miguel, Faial e Corvo."Ficamos
aqui até ao ano novo, depois voltamos a Portugal continental. E depois
vamos para o Japão", disseram, desconhecendo por completo que o
Presidente da República portuguesa escolheu o mesmo local para assinalar
a passagem para 2020.No porto, um pai e
um filho pescavam, no restaurante da ilha - precisamente chamado "O
Caldeirão" - eram várias os agentes da autoridade a almoçar hoje,
destacados para a passagem de Marcelo Rebelo de Sousa, e no pavilhão
desportivo, onde se dará o jantar de terça-feira, eram já algumas as
movimentações esta tarde no que ao preparar de mesas e afins dizia
respeito. Marcelo Rebelo de Sousa faz, na
quarta-feira, a sua quarta mensagem de Ano Novo como Presidente da
República, depois dos elogios e avisos de 2017, ter pedido prudência em
2018 e "bom senso" em 2019.Este ano, e
pela primeira vez, a mensagem de Ano Novo do Presidente da República é
transmitida a partir do Corvo, nos Açores, onde Marcelo faz a sua
passagem de ano, com os habitantes da ilha açoriana, a 1.890 quilómetros
de Lisboa. Eleito em 24 de janeiro de
2016, tomou posse em 9 de março e fez a sua primeira mensagem aos
portugueses, através da televisão, em 01 de janeiro de 2017. Todas as
mensagens são muito curtas, com cerca de oito minutos.