Ilha do Corvo, a mais pequena dos Açores, em situação de “pré-rutura” de alimentos
6 de dez. de 2017, 07:21
— Lusa/AO Online
Segundo
uma nota de imprensa enviada às redações, a ilha do Corvo, com cerca de
400 habitantes "não é abastecida de produtos alimentares" desde o
passado dia 16 de novembro devido à "interrupção das ligações marítimas
de transporte de mercadorias entre as ilhas do Corvo e das Flores".Paulo
Estevão lembra que "a carga seca" de alimentos como arroz, massas e
cereais chegou à ilha das Flores, a 15 de novembro e a "carga
refrigerada" a 29 de novembro, sendo que nenhuma das cargas foi até
agora "transportada" para a ilha do Corvo.Na
nota, lê-se ainda que esta situação levou "à quase rutura" do
fornecimento de alimentos como "leite, açúcar, frutas, legumes frescos e
produtos congelados", prevendo-se que "dentro de dois ou três dias", os
fornecedores "esgotarão" os respetivos stocks.O
deputado do PPM lembra ainda que a situação ganhará maior gravidade com
"as previsões adversas" para o estado do mar nos próximos dias e aponta
o dedo à empresa responsável pelo abastecimento marítimo da ilha do
Corvo."A
situação de previsível rutura de abastecimento de produtos essenciais
deve-se à incúria e ao desleixo que a empresa Barcos do Pico revelou nas
últimas semanas, ao não aproveitar as sucessivas oportunidades em que
foi possível realizar o abastecimento da ilha do Corvo", escreve Paulo
Estevão.O
deputado popular monárquico solicita ainda que o Governo Regional dos
Açores "mande realizar uma rigorosa investigação" para "apurar
responsabilidades" no âmbito da "não realização das ligações marítimas
contratualizadas" por parte da empresa "Barcos do Pico".Contactado
pela agência Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Vila do Corvo
assegurou "não ter conhecimento oficial de nenhuma lacuna de bens",
embora reconheça que existem bens que estão na ilha vizinha da Flores a
aguardar transporte para o Corvo."Tirando
os frescos e os congelados que eventualmente estão nas Flores desde a
semana passada, desde quinta-feira, que ainda não foi possível virem
para cá, de resto, situação de carência de bens, não podemos dizer ou,
pelo menos, eu não tenho conhecimento nem ninguém me fez chegar essa
preocupação de falta de bens essenciais", assegurou José Silva.A
agência Lusa ainda tentou falar com o responsável máximo da empresa
"Barcos do Pico", que assegura o abastecimento marítimo da ilha do
Corvo, mas até ao momento não foi possível.