IL quer reduzir IVA da energia e bens alimentares e baixar IRS nos 5 primeiros escalões
OE2023
11 de nov. de 2022, 17:15
— Lusa/AO Online
Em
conferência de imprensa no parlamento, o líder parlamentar da IL,
Rodrigo Saraiva, explicou que o partido que optou por entrar no processo
de especialidade com “bastante parcimónia” e de forma “cirúrgica e
pragmática”, considerando que estas propostas vão demonstrar que se
trata de um “partido bastante diferente de todos os outros”.Foi
a Carla Castro que coube a apresentação das cerca de duas dezenas de
propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) que
serão “cirúrgicas, eficazes e liberais” porque o partido recusa entrar
“no campeonato da fita métrica”, dividindo as medidas em três áreas:
empresas e competitividade, resposta às famílias e bandeiras liberais.Questionada
sobre a mudança de estratégia que levou à redução do número de
propostas de alteração apresentadas - a título de exenplo, no último
orçamento, a IL entregou 127 - Carla Castro respondeu: "apesar de já
termos incluído um pouco mais do que isso, nós sempre fomos
comparativamente dos partidos que menos puseram. Do ponto de vista
comparativo não entramos na fita métrica das centenas de propostas".Sobre
as famílias, e avisando que “os portugueses não estão com as contas
certas”, a IL propõe a redução do IVA quer da energia quer de produtos
alimentares e ainda baixar o IRS nos primeiros cinco escalões.“Não
sendo a nossa proposta ideal - e nós continuando a acreditar nas
propostas que defendemos no programa - fizemos uma proposta de
compromisso em que há um fundir dos primeiros cinco escalões do IRS, mas
fazemos as contas por forma a não beneficiar os escalões acima”,
explicou.Segundo Carla Castro, esta
proposta responde aos argumentos que havia contra a que foi apresentada
no último orçamento, pelo que considerou que “mantendo a coerência
deveria ser uma proposta que fosse aprovada” já que “trará ganhos para
os rendimentos mais baixos e é neutra nos rendimentos mais altos”.Para
uma maior "justiça fiscal em acertos de deduções de IRS", os liberais
propõem uma alteração nas despesas de educação para que estas passem a
ser por sujeito passivo e não por agregado, apresentando ainda uma
medida que visa incentivar as famílias a fazerem um Plano de Poupança e
Reforma.Quanto a empresas, a IL insiste em
duas bandeiras que tem apresentado em diferentes orçamentos: redução
das taxas de IRC e a eliminação da derrama estatual.Segundo
Carla Castro, o partido quer ainda aliviar "custos e burocracias para
os profissionais liberais e trabalhadores independentes" e aumentar o
valor de subsídio de alimentação isento de impostos.A
IL propõe a criação de um suplemento voluntário de habitação que, até
aos 250 euros adicionais pagos pelo empregador, seja isento de
tributação, tal como acontece com o subsídio de refeição. O
partido propõe ainda a privatização de pelo menos 50% da TAP, bem como
alienação da participação do Estado na Caixa Geral de Depósitos e na
RTP.Na área da saúde, a IL insiste na
atribuição de um médico de família no privado cujos custos seriam pagos
pelo Estado caso o público não responda a esta necessidade, bem como a
regulamentação das USF tipo C, uma possibilidade que o ministro da
Saúde, Manuel Pizarro, admitiu no âmbito das audições do orçamento.Já
na educação, de acordo com a deputada da IL, o partido quer que a ação
social escolar seja alargada aos alunos das escolas particulares e
cooperativas porque "há muitos alunos que, estando em famílias com
poucos rendimentos, estão nestas escolas", insistindo ainda na
atualização dos contratos de cooperação do ensino especial.O
ambiente não fica de fora deste conjunto de propostas, com uma medida
para a redução do IVA sobre reparação e reutilização de aparelhos
domésticos e ainda de prevenção para os incêndios, com a "majoração de
custos com limpeza e manutenção de terrenos e medidas de apoio aos
agricultores com terrenos queimados".